Sábado, 27 Abril 2024

Chuva atinge UTI neonatal do Hospital Infantil de Vila Velha

Chuva atinge UTI neonatal do Hospital Infantil de Vila Velha
Os alagamentos e transtornos que a chuva causou na manhã desta segunda-feira (16) em pontos da Grande Vitória são também, em parte, agravados pela negligência do poder público. Mas não foram apenas as vias públicas que foram afetadas. Trabalhadores da UTI Neonatal do Hospital Infantil de Vila Velha (Heimaba) tiveram que espalhar baldes nos corredores e em cima dos móveis para evitar que o local ficasse alagado. Placas indicando que o piso estava molhado também precisaram ser utilizadas. As informação e imagens fora repassadas pelo Sindicato dos Servidores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES).
 
“Foi uma tragédia anunciada. Faz tempo que temos alertado a direção do hospital e também a própria Secretaria de Estado da Saúde sobre a necessidade de manutenção do hospital e, principalmente, da UTI Neonatal. Já denunciados mofo nas paredes, o que pode até ter causado infecção por fungos em prematuros. Nada foi feito. E o resultado? Está chovendo dentro da UTI Neonatal. Até quando a sociedade vai ter que tolerar esse tipo de ocorrência e descaso?", questionou o secretário de Comunicação, Valdecir Gomes Nascimento. 
 
Já a presidente da entidade, Geiza Pinheiro, completou. “Sabemos que há o excesso de chuva, mas é inadmissível chover dentro de um hospital público. É notória a negligência e a falta de investimentos em manutenção. Esta vontade insana em impor a terceirização dos hospitais demonstra que o governador atual quer se livrar da responsabilidade pela saúde pública. As consequências são trágicas”, denunciou.
 
Recentemente, o Heimaba ficou conhecido com mau exemplo de gestão em nível nacional, depois que imagens de leitos improvisados em cadeiras de plástico e crianças e bebês dormindo no chão foram amplamente divulgadas em veículos de imprensa local e nacional. 
 
Mortes
Outro problema grave. Desde a terceirização do Heimaba, o número de mortes aumentou. Relatos de pais, acompanhantes, médicos e outros profissionais de saúde dão conta de que, desde os primeiros meses em que a Organização Social  Instituto de Gestão e Humanização assumiu a gestão do hospital, as mortes estão ocorrendo três vezes mais, comparadas à época que a unidade era gerida pelo Estado. Apenas no período de virada do ano e primeiros dias de janeiro de 2018, há denúncias de que nove bebês prematuros tenham morrido na UTI Neonatal. 
 
O  Sindsaúde-ES resolveu tomar uma medida drástica para ter acesso a informações públicas que estão sendo sonegadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A entidade ingressou na Justiça para, por meio da Lei de Acesso a Informação, descobrir a quantidade real de óbitos registrada no Heimaba após a terceirização da unidade, ocorrida em setembro no ano passado. 
 
“Essa empresa IGH é problemática, tem processos em outros estados, deve fornecedores, não indeniza seus funcionários, nunca deveria estar no Heimaba. Além disso, contrata trabalhadores por baixos salários e que precisam fazer a função de três ou quatro. Coloca profissionais inexperientes em serviços especializados, como é o caso da UTI Neonatal”, disse a presidenta do Sindsaúde, Geiza Pinheiro, que completou: “A gente quer saber onde o IGH e as outras OSs que estão administrando os hospitais públicos do Estado estão empregando o dinheiro que recebem. O governo manda dinheiro do contrato, manda mais dinheiro por aditivos, a Assembleia manda dinheiro por emenda parlamentares, e não vemos melhora no atendimento”, desabafou Geiza. 

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