Medida é resultado da quantidade reduzida de profissionais de Enfermagem
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) realizou o que chama de interdição ética parcial no Hospital da Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo (AFPES), no Centro de Vitória, na Cidade Alta. Com isso, dois dos 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não podem mais funcionar enquanto o equipamento não resolver o problema da falta de profissionais de Enfermagem.

O conselheiro secretário do Coren-ES, Leonardo França Vieira, explica que a medida foi tomada porque “as condições de trabalho são prejudiciais tanto para os funcionários quanto para os pacientes”, destacando que a sobrecarga pode levar a equipe de Enfermagem a cometer erros.
Não há previsão de fim da interdição dos leitos. “O que o Coren quer é que isso acabe o quanto antes, mas para isso, é preciso que o hospital cumpra com as condicionantes. O Coren vá até lá fiscalizar e, se estiver tudo certo, promover a desinterdição”, diz Leonardo.
Ele relata que o problema não é de agora, pois vem se arrastando desde 2017, e que o Conselho buscou alternativas para resolução do problema, como reuniões com a gestão e notificações. De acordo com ele, o hospital chegou a dizer, em 2024, que resolveria a situação, mas tudo continuou da mesma forma.
Leonardo explica que em uma UTI é necessário um técnico para cada dois pacientes, um enfermeiro para cada 10, um enfermeiro de rotina e um enfermeiro supervisor. De acordo com ele, o número de profissionais não atende à demanda, variando a cada escala.
O descumprimento da medida por parte do hospital poderá resultar em sanções previstas no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, a Lei nº 5.905/1973. A ação contou com a participação dos conselheiros diretores, da equipe de fiscalização e do setor jurídico do Coren-ES.