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Em risco moderado, Vitória, Vila Velha e Serra abrirão comércio de segunda a sexta

No interior, pandemia está mais ativa no entorno de Colatina, Linhares, Aracruz e Guarapari

Depois de ficar todo em amarelo (risco moderado) e vermelho (risco alto) por quase dois meses, o 14º Mapa de Risco do Espírito Santo para a Covid-19 voltou a se pintar de verde, com 19 municípios em verde risco baixo, 45 em risco moderado e 14 em risco alto. 

Com vigência entre segunda-feira (20) e domingo (26), a nova classificação foi anunciada em coletiva de imprensa com o governador Renato Casagrande (PSB) e o coronel Cerqueira, comandante-geral do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Espírito Santo, realizada na manhã deste sábado (18).


Na Grande Vitória, onde a pandemia vive uma fase de estabilização com tendência à recuperação, apenas Cariacica mantém a classificação alta e o funcionamento do comércio em dias alternados. Vitória, Vila Velha e Serra, em amarelo no mapa, podem retomar o funcionamento do comércio todos os dias de segunda a sexta, de 10h às 16h. 

Entre os demais municípios de risco moderado, os que tiveram até 70 mil habitantes podem definir horários próprios de funcionamento de segunda a sexta, desde que no limite de seis horas por dia.

Os municípios que voltaram ao risco baixo podem abrir o comércio de segunda a sábado normalmente. 
Para todos, valem os protocolos de distanciamento e número máximo de pessoas por vez dentro dos estabelecimentos, sempre usando máscara e higienizando as mãos com álcool 70%.

Para todo o Estado também permanece a proibição de realização de eventos e aglomerações de qualquer natureza.

Menor ocupação de UTI

O principal fator a modificar a classificação dos municípios e esverdear o mapa de risco foi a queda da taxa de ocupação de leitos de UTI, que fechou a semana em 76%. Entre 50% e 80% de taxa de ocupação, o mapa permite municípios em risco baixo. Acima de 80%, novamente amarelo e vermelho apenas. 
“Estamos com uma situação mais controlada de ocupação de leitos. Não estamos em retomada, continuamos o controle. Mesmo o risco baixo é risco. Precisamos manter as medidas de segurança para que não tenhamos outra onda que nos ameace com lockdown novamente”, disse o governador Renato Casagrande (PSB).

A taxa de transmissão (Rt) caiu na Grande Vitória e no interior nos últimos dias, com queda mais acentuada na região metropolitana pois foi onde o ciclo epidemiológico começou primeiro. No interior, o risco mais elevado de transmissão “está concentrado em regiões no entorno de Colatina, Linhares e Aracruz, Guarapari, com epidemia mais ativa ali”, ressaltou o governador. 

Casos ativos

Na próxima semana também entre em vigor um novo aperfeiçoamento da matriz de risco, que define a classificação dos municípios no mapa. Ao invés de considerar o número de casos confirmados em cada município, agora um dos quatro critérios de ameaça é o número de casos ativos, considerados os últimos 28 dias.

Apesar das classificações mais brandas de risco, o governador enfatizou a necessidade de seguir os protocolos de higiene e distanciamento e uso de máscara. “Se não tomaremos os cuidados necessários, voltaremos pra 80% de ocupação de leitos de UTI e o mapa fica amarelo e vermelho novamente. A Matriz de Risco tem vasos comunicantes que podem ir e voltar, dependendo muito da vulnerabilidade, que é o percentual de leitos ocupados”, disse.

“Reforço um pedido permanente nosso: estamos ainda num momento que exige toda cautela. Não é leito de UTI que salva todas as pessoas. O número de mortos é muito alto ainda. O Estado tem sido exitoso no enfrentamento da pandemia, porque estamos trabalhando juntos”, disse, ressaltando o papel dos municípios em testar e isolar os casos ativos. A Matriz requer um controle municipal muito grande”.

Estão em risco alto: Alto Rio Novo, Aracruz, Bom Jesus do Norte, Cariacica, Colatina, Ibiraçu, Linhares, Mimoso do Sul, Nova Venécia, Presidente Kennedy, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, Sooretama e Vila Valério.

Em risco moderado: Afonso Cláudio, Agua Doce do Norte, Águia Branca, Alegre, Anchieta, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Conceição do Castelo, Conceição da Barra, Dores do Rio Preto, Ecoporanga, Fundão, Guaçuí, Guarapari, Ibitirama, Irupi, Itapemirim, Iúna, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Mantenópolis, Marataízes, Marechal Floriano, Marilândia, Montanha, Mucurici, Muqui, Pancas, Pinheiros, Piúma, Rio Bananal, Rio Novo do Sul, Santa Leopoldina, Santa Teresa, São José do Calçado, São Mateus, São Roque do Canaã, Serra, Vargem Alta, Viana, Vila Velha e Vitória.

Em risco baixo: Alfredo Chaves, Apiacá, Atílio Vivacqua, Brejetuba, Divino de São Lourenço, Domingos Martins, Governador Lindenberg, Ibatiba, Iconha, Itaguaçu, Itarana, Jaguaré, Laranja da Terra, Muniz Freire, Pedro Canário, Ponto Belo, Santa Maria de Jetibá, Venda Nova do Imigrante e Vila Pavão.

Prudência 

A suspensão da conurbação na Grande Vitória, ou seja, a avaliação municipal dos riscos de cada cidade e não mais a avaliação conjunta dos municípios, foi uma medida de prudência, explica o professor de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Etereldes Gonçalves Junior, especialista em Matemática Aplicada e integrante do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que assessora tecnicamente a Sala de Situação de Emergência em Saúde Pública do governo do Estado.

“É prudente fazer dessa forma agora, do que arrefecer as medidas em toda a região metropolitana , porque Cariacica não está no mesmo patamar que os outros municípios”, explana (veja gráficos abaixo).

A decisão de retirar a conurbação surgiu a partir da percepção de que todos os indicadores – pressão por leitos, procura por unidades de saúde com sintomas gripais, que é o que resulta em testes de Covid, número de óbitos diários, a média móvel de óbitos, a taxa de transmissão na Grande Vitória – vinham apontando para um declínio no número de casos e óbitos e um arrefecimento da pandemia na Grande Vitória como região. “Então a gente decidiu olhar mais especificamente para os municípios pra ver se todos estavam no mesmo momento e com o mesmo risco, moderado. E vimos que Cariacica não está no mesmo momento dos outros três. Os indicadores de Cariacica não são tão bons no sentido de queda quanto Vitória e Vila Velha, principalmente”, explicou. 

“Tem que ficar claro que isso pode retornar, obviamente, em caso de um novo ciclo de contágio, uma nova onda de contaminação, isso pode retornar”, salientou o especialista.

Escolas – “Não pode ter pressa”

Sobre a repercussão do novo mapa nas discussões de retorno às aulas presenciais, Casagrande lembrou que elas estão suspensas até o dia 31 de julho e que na próxima semana será avaliada a possibilidade de prorrogação da suspensão. “O desejo do governo é voltar as aulas presenciais, mas só voltaremos quando as autoridades sanitárias disserem que é seguro. Eu não decido. Só decidirei com parecer técnico”, garantiu. 
“O GT da Sedu [Grupo de Trabalho criado pela Sedu para discutir os protocolos sanitários de retorno das aulas presenciais] está ouvindo as entidades e queremos ouvir mais pessoas. O governo trabalha com visões distintas e tem que tirar uma resultante dessas visões. Tem quem quer ficar em quarentena ate 2050 e gente que nunca quis entrar. Estamos abertos ao Fórum Estadual de Educação (FEE) e a todos que queiram colaborar”.

“Não adianta ter pressa pra anunciar o protocolo. São Paulo anunciou e teve que voltar atrás. Ainda não temos a data”, declarou o governador.

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