Segunda, 29 Abril 2024

Entidade da Saúde envolvidas em fraudes no RJ atua no Estado

Entidade da Saúde envolvidas em fraudes no RJ atua no Estado

Nesta sexta-feira (31), tomou conta do noticiário nacional a prisão do ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro na gestão do ex-prefeito Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes. As investigações apontam seu envolvimento em fraudes na Pró-Saúde, Organização Social que administrava hospitais estaduais cariocas, e tem tentáculos espalhados no Espírito Santo, onde é responsável pela gestão do Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), o antigo São Lucas. 


De acordo com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES), o modelo de privatização/terceirização dos hospitais públicos por meio da entrega destas unidades para as organizações sociais (OSs) tem como resultado a piora das condições de trabalho e do atendimento à população, além do desvio de recursos públicos, como comprova a delação feita pelos executivos da Pró-Saúde, que confessaram o desvio de verbas públicas no Rio de Janeiro.


"Aqui no Espírito Santo, o antigo Hospital São Lucas está nas mãos da Pró-Saúde. O Sindsaúde-ES denuncia diuturnamente as mazelas provocadas por este modelo de privatização/terceirização e cobra do governo Paulo Hartung que a verba da saúde seja, de fato, investida na melhoria dos serviços e não drenada para as mãos destes abutres que rondam os hospitais", afirma o diretor de Comunicação da entidade, Valdecir Nascimento.


Para os representantes do sindicato, as experiências em outros estados brasileiros têm mostrado como este modelo de gestão privatista é prejudicial para a saúde pública. "Estes esquemas de corrupção já estão comprovados, tanto da Organização Pró-Saúde como de outras que atuam no Espírito Santo. É lamentável ver que o atual secretário estadual de Saúde do governo Paulo Hartung continua insistindo neste modelo de gestão. Ele é natural do Rio de Janeiro e conhece a roubalheira e a precariedade resultantes das entregas de hospitais para as OSs, que querem desviar os recursos públicos da saúde", acrescenta o diretor do Sindsaúde-ES, José Reinaldo.


A liderança sindical Cynara Azevedo, da Secretaria de Condições de Trabalho do Sindsaúde-ES, questiona: "Como manter a Pró-Saúde atuando em terras capixabas diante de todas estas acusações comprovadas de desvio de verbas em diversos estados brasileiros? É recorrente noticiarem a prisão de executivos ligados à Pró-Saúde. Trata-se de uma quadrilha que já estendeu seus tentáculos no Espírito Santo. Qual o interesse de Paulo Hartung nisso?".


Diante destes fatos amplamente divulgados pela imprensa nacional, o Sindsaúde-ES cobra das autoridades capixabas uma atitude. "Além dos deputados estaduais, reivindicamos um posicionamento de órgãos como o Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho e do Tribunal de Contas. Deve ser cobrada uma explicação do governador, que tenta a todo custo passar uma imagem de austeridade. A Secretaria de Estado da Saúde precisa tomar uma atitude em relação à Pró-Saúde e explicar para a população capixaba como esta empresa conseguiu entrar aqui. Foi para isso que fecharam o Hospital São Lucas que tanto serviu ao povo capixaba?", indaga Valdecir.


O diretor sindical completa: "não é só a organização social Pró-Saúde, temos também críticas severas em relação ao IGH, que administra o Hospital Infantil de Vila Velha (Heimaba). Armaram um esquema fraudulento para dispensar servidores efetivos e contratar recém-formados com salários irrisórios, o que resultou em mortes que poderiam ser evitadas, uma verdadeira chacina de bebês no Heimaba, fato triste e alarmante já denunciado pelo Sindsaúde-ES e pela imprensa local e nacional".


Ato público



Ainda em setembro, a diretoria do Sindsaúde-ES realizará um ato público para reunir a sociedade e os trabalhadores e trabalhadoras indignados com a precariedade dos serviços de saúde pública oferecidos por Hartung. No evento, serão evidenciadas a má gestão, o sucateamento dos hospitais e o desvio das verbas públicas para as empresas travestidas de organizações sociais.

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