Sexta, 29 Março 2024

Estado precisa ampliar acesso à saúde bucal no interior e zona rural

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Agência Brasil

A terceira edição da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil), do Ministério da Saúde,  é realizada em 16 municípios capixabas até o final do mês de junho. O estudo tem o objetivo de levantar informações que vão subsidiar as políticas públicas na área, em todo o Brasil. No caso do Espírito Santo, o principal gargalo do atendimento odontológico público é a falta de acesso aos tratamentos em regiões do interior e da zona rural, cenário que piorou durante a pandemia.

Para a conselheira do Conselho Regional de Odontologia (CRO-ES) Maria Helena Miotto, que também é professora na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), além de ampliar o acesso no interior e na zona rural, o Espírito Santo precisa aumentar a resolutividade nos casos que chegam na urgência e na atenção primária. "É importante que o tratamento, depois de iniciado, seja concluído. Não adianta você garantir a primeira consulta se não tem continuidade nesse atendimento", explica.

Maria Helena defende ainda o aumento da oferta dos tratamentos de endodontia, especialidade da odontologia responsável pelos canais dentários. Para a professora, o tratamento deveria ser fornecido na atenção básica e não só nos Centros de Especialidade Odontológica (CEO), garantindo a oferta de próteses após o canal. "Tem que fazer o canal e ofertar a prótese", pontua.

Outro problema é o tempo de espera enfrentado pelos pacientes. De acordo com a conselheira, entre o momento da indicação na atenção básica e o encaminhamento a Centros de Especialidade Odontológica, pode demorar, em média, dois anos.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) chegou a realizar dois Encontros Estaduais de Saúde Bucal, em 2019 e 2020. O objetivo era fortalecer e aprimorar a implementação da Política Nacional e Estadual de Saúde Bucal.

O fato é que para chegar ao que prevê a Política Nacional de Saúde Bucal, que orienta e dá diretrizes para os atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), o Espírito Santo precisa avançar. Apesar de localidades mais centrais, como Vitória, conseguirem se aproximar do que está previsto nas diretrizes, em cidades do interior as dificuldades são maiores.

Identificar esses problemas é um dos objetivos da pesquisa SB Brasil. No Espírito Santo, o levantamento será realizado em Vitória, Alegre, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Colatina, Guaçuí, Guarapari, Iconha, Linhares, Pinheiros, São Gabriel da Palha, Serra, Sooretama e Vila Velha. Cinco grupos de idade estão incluídos nos estudos: 5 anos, 12 anos, 15 a 19 anos, 35 a 44 anos e 65 a 74 anos.

A ideia é identificar as doenças bucais mais prevalentes nos municípios, como a cárie dentária e a doença periodontal. Esta é a terceira edição da pesquisa, que pretende alcançar 422 municípios brasileiros e mais de 50 mil pessoas. Os estudos foram realizados nos anos de 2003 e 2010.

"Na primeira etapa, os profissionais da Atenção Primária à Saúde Bucal passarão de porta em porta para convidar a população para a pesquisa e buscar pessoas com idade dentro das faixas da pesquisa. Em seguida, na segunda etapa, serão coletados dados socioeconômicos, por meio de questionário, e será realizado o exame bucal. A participação é muito importante, porque além de contribuir na pesquisa, o participante que apresentar algum problema bucal, já será encaminhado para a UBS", informa o Ministério da Saúde.

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