Sexta, 19 Abril 2024

Fala do secretário de Governo é leviana, critica Associação Médica

tyago_hoffmann_ademir_ribeiro_secom Ademir Ribeiro/Secom

Associação Médica do Espírito Santo (Ames) se manifestou, nesta quarta-feira (10), por meio de uma nota de repúdio, em relação à afirmação do secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, de que os "médicos terão que escolher quem vai viver e quem vai morrer" devido à falta de leitos e respiradores nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais do Estado.

"A culpa atribuída aos médicos, em decidir quem vai viver ou morrer, por não terem materiais adequados para trabalhar e exercer dignamente sua profissão, é leviana e coloca os profissionais numa situação desmoralizante diante de toda a sociedade", critica a associação, destacando que a responsabilidade pela compra e disponibilização de materiais e insumos adequados para o combate à pandemia da Covid-19 é do Estado.

O presidente da Ames, Leonardo Lessa Arantes, afirma que a fala do secretário causa pânico nas pessoas e deixa claro que o governo coloca na categoria médica a culpa de um problema que o poder público estadual não é capaz de resolver. Para Leonardo, era preciso, por exemplo, que fosse feito um hospital de campanha, mas optou-se por comprar leito nos hospitais privados, que têm um limite de disponibilização. 

A realidade dos médicos em meio à pandemia, relata o presidente da Ames, é de sobrecarga de trabalho, má remuneração, falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou utilização de equipamentos inadequados, além do estresse causado pelo medo da contaminação. Segundo Leonardo, a sobrecarga, que já era grande antes da pandemia, se tornou maior com o aumento da demanda de trabalho e o afastamento de profissionais que acabaram sendo contaminados.

O presidente da associação também destaca outros prejuízos que ações do Governo do Estado têm causado para a população. De acordo com ele, foram suspensas algumas atividades, como o atendimento ambulatorial, o que impossibilita as pessoas de acessar serviços para tratar outras doenças. Leonardo afirma que, diante disso, muitos estão procurando locais como Pronto Atendimento (PA), onde há mais chance de contaminação pela Covid-19.

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