Segunda, 06 Mai 2024

Fórum debate importância da ação integrada no combate à violência

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promove na próxima terça-feira (09), em Vitória, o Fórum Estadual Intersetorial de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Violências. O evento será realizado no auditório do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) a partir das 8h30.
 
A referência técnica da Vigilância Estadual de Prevenção de Violências e Acidentes, Edleusa Cupertino, explica que a área de Saúde, atendendo à legislação, faz a vigilância da violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos. No caso do homem adulto, a vigilância da violência é feita somente nos casos de violência sexual e violência intrafamiliar, que podem ocorrer no âmbito das relações afetivas e consanguíneas.
 
Segundo Edleusa, dentro desse contexto, as discussões que serão realizadas no fórum buscam fortalecer a intra e a intersetorialidade das ações de combate à violência, estimulando a parceria entre diferentes pastas públicas, serviços privados, movimentos sociais e até religiosos. “O Ministério da Saúde propõe que se busque a intra e a intersetorialidade porque a vítima de violência precisa não só do cuidado de saúde, mas do suporte de diversos outros serviços, principalmente considerando o conceito de saúde atual da Organização Mundial de Saúde”, diz a referência técnica.
 
De acordo com Edleusa, a intersetorialidade ocorre hoje de forma pontual, mais entre algumas pastas e menos entre outras. Ainda de acordo com a referência técnica, o Ministério da Saúde tem firmado acordo com outros oito ministérios para institucionalizar a ação conjunta e garantir o compartilhamento das responsabilidades no que diz respeito ao cuidado integral das vítimas de violência.
 
“Discutimos recentemente num seminário intersetorial sobre notificação de violências e rede de atenção e proteção às pessoas em situação de violências, em Brasília, a proposta de que o formulário que a Saúde usa seja único para coleta de informações em casos de violência a partir de 2015. Esse formulário contempla informações de diversos setores, como saúde, assistência social e direitos humanos, e seria aplicado à vítima pelo órgão que prestar o primeiro atendimento, se tornando porta de entrada da pessoa na rede de proteção e cuidados”, explica.
 
Segundo Edleusa, o objetivo é manter todas as informações em um banco de dados único, o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan), que já é disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Essa junção, além de dar mais segurança ao dado, diminuirá inclusive o custo do controle das informações, uma vez que, no modelo atual, cada órgão precisa investir na coleta e na manutenção dos dados em plataformas que não se comunicam.
 
Notificação
 
A referência técnica da Vigilância Estadual de Prevenção de Violências e Acidentes lembra que é dever de todo profissional de saúde notificar casos de violência, mesmo que sejam apenas suspeitas. “A notificação não tem conotação de denúncia. Ela deve ser feita e o profissional tem que prestar orientações à vítima e encaminhá-la para outros serviços na sequência do atendimento quando for necessário”, enfatiza.
 
Edleusa comenta que a atitude do profissional que atende a vítima de violência faz toda a diferença no tratamento desses casos. Quando o profissional notifica à Saúde, a vítima tem a oportunidade de receber o cuidado necessário tanto da parte da Saúde quanto dos demais serviços, que podem ser acionados pela Saúde. “Do contrário, em vez de ficar no banco de dados da violência, a vítima vai entrar para o banco de dados da mortalidade”, diz.
 
A referência técnica comenta que em alguns agravos, como a violência sexual e tentativas de suicídio, a notificação deve ser imediata, isto é, até 24 horas após o evento, pois há medicações e intervenções a serem feitas para evitar gravidez indesejada, algumas doenças sexualmente transmissíveis e até infecção pelo vírus HIV. 
 
De acordo com Edleusa, estudos apontam que as pessoas nem sempre morrem na primeira tentativa de suicídio, portanto, sendo notificada, a Saúde pode cuidar para que essa pessoa seja acompanhada e seu sofrimento seja tratado, evitando que ela atente novamente contra a própria vida.

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