Quinta, 25 Abril 2024

Hospitais capixabas estão com 96% de ocupação de leitos de UTI Covid

nesio_fernandes_orlei_crdoso_sesa Sesa
Sesa

Os hospitais da rede própria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) estão com taxa de ocupação de 96% dos 823 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinadas a tratar a Covid-19. Somados aos 789 leitos de enfermaria, o Espírito Santo tem nesta sexta-feira (26) mais de 1,4 mil leitos ocupados com infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Somente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 192, procedeu 41 atendimentos com internação nesta sexta-feira, complementou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva realizada nesta sexta-feira (26) juntamente com o gerente estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.

Com relação à rede privada, que deve passar a disponibilizar seus dados no Painel Covid a partir da próxima semana, a taxa de ocupação é atualmente semelhante à pública. "O relato universal dos hospitais privados é de que estão operando no limite", relatou Nésio, trazendo informações da reunião realizada nessa quinta-feira (25) com a rede privada, onde foi abordada a implementação da "fila única" em toda a rede assistencial – pública, privada e filantrópica – do Estado.

"Reforçamos que o Espírito Santo fará, por meio da regulação, o exercício da autoridade sanitária para garantir internação dos pacientes nos hospitais disponibilizados à saúde pública. O Samu está autorizado a proceder com a vaga zero para garantir acesso dos pacientes aos hospitais. Necessitamos nesse momento alcançar o máximo de desempenho assistencial", declarou.

O gestor fez um "reconhecimento pelo esforço empreendido pelos trabalhadores da saúde que estão na linha de frente e já passaram por um ano de enfrentamento da pandemia" e que "se desdobram para que o Estado não colapse, tanto na rede pública, filantrópica e privada".

Pediu ainda que eles continuem esse esforço, pois "precisam dedicar o seu melhor, a sua melhor capacidade assistencial, no cuidado na preservação das vidas, no manejo de pacientes que chegam em estado muito crítico".

Lembrando que o Estado até o momento tem garantido leito a todos que precisaram, Nésio Fernandes salientou que "não queremos que nenhum capixaba se perca sem o direito ao acesso ao serviço de saúde privado ou público" e que, para isso, "é preciso que toda a população compreenda que é necessário adesão plena ao distanciamento proposto pela quarentena e pelo risco extremo estabelecido a partir de domingo [28]".

Letalidade de 42%

"Não é o isolamento apenas de pessoas sintomáticas", sublinhou. "É de toda a população! Que deve permanecer em casa, saindo somente para atividades essenciais, comida, serviço de saúde, acudir alguma pessoa que precise de ajude", pediu. "Os próximos dias serão determinantes para romper o crescimento da curva de casos, internações e óbitos", conclamou.

"Na próxima semana podemos ter novos recordes no numero de óbitos registrados em 24h", alertou, informando que a taxa atual na rede pública capixaba é de 42%, semelhante à taxa da rede privada brasileira, de 37%. "Em torno de 42% das pacientes que vão ao hospital evoluem a óbito", informou.

Vacinação de 65 a 69 anos

A boa notícia é que está confirmada para a noite desta sexta-feira (26), a chegada de mais 79,9 mil doses de imunizantes, que serão utilizados para concluir a primeira etapa da vacinação dos idosos de 75 a 79 e iniciar a do grupo de 65 a 69 anos. "Importante relembrar que nesse período de quarentena os municípios foram orientados a dar sequência à vacinação", ressaltou o gerente Orlei Cardoso.

Trata-se da décima remessa enviada pelo Ministério da Saúde, composto por 17,9 mil doses da vacina Covishield (Oxford/Fiocruz) e 62 mil doses da Coronavac (Sinovac/Butantan). Desse total, 51,5 mil doses serão dedicadas ao grupo de 65 a 69 anos, o que é suficiente para cobrir 35% desta população, cujo total estimado é de 147,2 mil pessoas. Garantido o cumprimento de 100% do grupo de 75 a 79, outros 2% do lote serão dedicados aos trabalhadores da saúde.

As doses serão encaminhadas à Central Estadual de Rede de Frio para cadastramento. A previsão de distribuição aos municípios da Região Metropolitana vai ocorrer a partir da manhã da próxima segunda-feira (29), bem como o envio às regionais de saúde Norte, Sul e Central.

Vacinação da Educação e Segurança Pública 

Com este novo lote de vacinas, o Estado manterá o procedimento de reservar 5% das doses, cumprindo a medida de segurança orientada pelo Ministério da Saúde, em virtude de uma estimativa de perda de 5% das doses a cada lote.

As perdas no Espírito Santo, no entanto, disse Nésio Fernandes, têm sido menor que 5%, o que tem permitido um estoque extra de imunizantes que começará a ser aplicado nos trabalhadores da Educação e da Segurança Pública a partir da segunda quinzena de abril.

Conforme decisão tripartite tomada na última semana entre União, estados e municípios, as doses que chegam ao Espírito Santo desde a oitava remessa, serão utilizadas como D1 para a os trabalhadores da Segurança Pública e da Educação, com a finalidade de dar mais rapidez à imunização dos grupos prioritários. Esta inclusão será publicada em resolução produzida pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB). A reunião da comissão está prevista para acontecer na próxima semana.

"Seguiremos respeitando o calendário nacional, mas com as doses excedentes iremos vacinar esses dois grupos", ressaltou Nésio Fernandes. Seguimos avançando na tentativa de aquisição de diversas vacinas e temos expectativa de comprar doses no Espírito Santo diretamente dos laboratórios, para complementar e avançar a imunização no Estado", disse.

Transporte coletivo para trabalhadores da saúde

O secretário também confirmou que, a partir deste domingo, estará garantido o uso do transporte coletivo na Grande Vitória para os trabalhadores da saúde. Está sendo feito um levantamento das rotas, bairros e destinos principais desses profissionais, que serão atendidos pelo regime especial do transporte coletivo, a ser anunciado até este sábado (27). "Os trabalhadores da saúde podem ficar tranquilos, que o transporte será preservado para os mesmos", afirmou, lembrando que no momento do embarque será sempre pedido algum tipo de identificação.

Falta de insumos e profissionais

Sobre a escassez de insumos e profissionais, Nésio Fernandes afirmou que o abastecimento de oxigênio tem sido garantido por meio de parceria com as empresas ArcelorMittal e White Martins, que irão colaborar para sanar as dificuldades de capacidade logística enfrentadas pelas quatro empresas que atualmente fornecem o insumo ao Estado.

Já a falta de profissionais, salientou, "ainda preocupa". Nesse sentido, leitos dedicados a cirurgias eletivas e pacientes não Covid serão remanejados para atendimento de pacientes em estado grave, com ou sem Covid.

Automedicação e testagem

O gerente Orlei Cardoso fez um apelo para que a população não se automedique. "Nós distribuímos testes rápidos, de captura de antígeno, para os pronto-atendimentos, unidades básicas de saúde e hospitais. Estão abastecidos. Ao sentir qualquer sintoma, procure o serviço e não se automedique, para não ter casos complicados chegando aos hospitais", explicou. "Continuem se cuidando, mantendo os cuidados, para que a gente consiga diminuir esse cenário horroroso que o Estado vive nesse momento", pediu.

Nésio Fernandes, reforçou pedindo que a população "se atente para a gravidade da doença e do momento" e que, apresentando qualquer sintoma respiratório, procure o serviço de saúde.

"Ser for leve, procure a atenção básica do seu bairro, o postinho de saúde como é chamado. Se tiver maior gravidade, uma UPA, um pronto-atendimento. Se for mais crítico, o Samu, que pode ser atendido em casa", orientou, complementando que, nos municípios onde não há o Samu, é preciso rapidamente procurar o serviço de saúde mais próximo, que a central de vagas irá fazer a regulação da demanda e solicitar o leito necessário. "Cuide-se, isole-se, tenha empatia, amor próprio, amor pela sua família e os demais", rogou.

Veja mais notícias sobre Saúde.

Veja também:

 

Comentários: 1

Paulo Antídio de Tarso em Sábado, 27 Março 2021 18:14

Gostaria de ressaltar que o mundo inteiro sabe que após a 1a onda de COVID19, viria a 2a onda. Qualquer ser humano, com conhecimento básico, saberia que a 2a onda chegaria no ES.

O Governo do ES recebeu muito dinheiro do Governo Federal. Isso é indiscutível. Também é indiscutível que foram enviadas vacinas. Outro fato que não se discute é que o Sr. Governador, em dezembro/20, prometeu comprar vacinas.

Outro fato que precisa ser destacado é que, o Sr. Governador cedeu leitos para pessoas de outros estados, em janeiro. Esses doentes trouxeram consigo uma nova variante do vírus.

Após o que foi exposto, é tranquilo dizer que o Sr. Governador errou em não preparar o Estado para o aumento da contaminação e hoje a população paga o preço de uma medida extrema e radical.

Lamento a posição do Sr. Governador em prejudicar milhões de pessoas por um erro que ele mesmo cometeu.

Os doentes não merecem sofrer, muito menos a população saudável.

Você não mata de fome uma população saudável para salvar a doente. Na verdade, bastaria o Sr. Governador se organizar e se precaver, como um bom gestor faz, que não passaríamos por isso.

Nem os doentes nem os saudáveis estão errados, mas quem errou em gerir o $ público do capixaba.

Que em 2022 os capixabas escolham outro Governador, e que Sr. Casagrande sofra as consequências legais por seus terríveis erros de gestão.

Gostaria de ressaltar que o mundo inteiro sabe que após a 1a onda de COVID19, viria a 2a onda. Qualquer ser humano, com conhecimento básico, saberia que a 2a onda chegaria no ES. O Governo do ES recebeu muito dinheiro do Governo Federal. Isso é indiscutível. Também é indiscutível que foram enviadas vacinas. Outro fato que não se discute é que o Sr. Governador, em dezembro/20, prometeu comprar vacinas. Outro fato que precisa ser destacado é que, o Sr. Governador cedeu leitos para pessoas de outros estados, em janeiro. Esses doentes trouxeram consigo uma nova variante do vírus. Após o que foi exposto, é tranquilo dizer que o Sr. Governador errou em não preparar o Estado para o aumento da contaminação e hoje a população paga o preço de uma medida extrema e radical. Lamento a posição do Sr. Governador em prejudicar milhões de pessoas por um erro que ele mesmo cometeu. Os doentes não merecem sofrer, muito menos a população saudável. Você não mata de fome uma população saudável para salvar a doente. Na verdade, bastaria o Sr. Governador se organizar e se precaver, como um bom gestor faz, que não passaríamos por isso. Nem os doentes nem os saudáveis estão errados, mas quem errou em gerir o $ público do capixaba. Que em 2022 os capixabas escolham outro Governador, e que Sr. Casagrande sofra as consequências legais por seus terríveis erros de gestão.
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/