Segunda, 06 Mai 2024

Mulheres grávidas vão ser vacinadas contra coqueluche no Estado

A partir de 3 de novembro, a rede pública de saúde passará a disponibilizar vacina contra coqueluche para as gestantes em todo o Brasil. No Estado, a estimativa é que mais de 52 mil mulheres em média sejam imunizadas anualmente. A ação tem como principal objetivo proteger os recém-nascidos nos primeiros meses de vida contra a doença. 
 
Atualmente, a imunização contra a coqueluche é disponibilizada para crianças menores de sete anos, sendo a primeira dose aplicada aos dois meses de idade. Com a novidade, as gestantes serão vacinadas para estimular a produção de anticorpos e transferi-los aos bebês ainda na barriga da mãe, em um processo chamado de imunização passiva. 
 
“Pretendemos com essa iniciativa garantir a proteção do bebê desde o momento do parto até que possa receber o esquema vacinal completo contra a coqueluche. A nova vacina vai preencher essa lacuna até então existente”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Danielle Grillo.
 
Além das gestantes, serão contemplados profissionais de saúde que têm contato direto com recém-nascidos, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam em maternidades e em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin) como forma de criar uma barreira contra a doença. Nesse caso, a dose será aplicada no serviço de saúde.
 
Importância
 
A inclusão da vacina no calendário nacional de imunização é uma medida proposta pelo Ministério da Saúde (MS) diante do alto número de casos de coqueluche registrados nos últimos três anos no País, incluindo o ES. “Apesar das altas coberturas vacinais nesse período, houve aumento de casos em menores de um ano, principalmente nos menores de três meses”, lembra Danielle.
 
Entre 2011 e 2013 foram confirmadas no Espírito Santo 2.307 pessoas com coqueluche em todas as idades, sendo 838 casos em crianças menores de um ano. Essa faixa etária foi a mais acometida, o que corresponde a 36% dos registros. Nesse mesmo período, 11 mortes foram causadas pela doença. Desse total, 07 ocorreram em bebês com menos de dois meses de vida, representando 63% dos óbitos. 
 
A iniciativa de contemplar as mulheres grávidas com a vacina espera diminuir a incidência da doença e, consequentemente, os óbitos. “A coqueluche é difícil de ser identificada em adolescentes e adultos e eles podem passar a doença sem saber para os recém-nascidos, que apresentam maior risco de desenvolver complicações, incluindo óbitos”, alerta a coordenadora.
 
Vacinação
 
A vacina estará disponível nas unidades básicas de saúde ao longo de todo o ano e deverá ser aplicada em mulheres comprovadamente grávidas, preferencialmente entre a 27ª e 36ª semana de gestação. “O último trimestre de gestação proporciona maior concentração de anticorpos maternos para serem transferidos para o feto”, ressalta a coordenadora.
 
Entretanto, dependendo do caso, a imunização poderá ser administrada até 20 dias antes do parto. Gestantes que moram em lugar de difícil acesso, como cidades do interior, por exemplo, poderão receber a dose a partir da 20ª semana de gravidez. A vacina utilizada (dTpa tipo adulto) é considerada segura e além da coqueluche, protege contra difteria e tétano. 
 
“Essa vacina é extremamente segura e deverá ser aplicada toda vez que a mulher engravidar. A vantagem dessa imunização passiva é que a mãe passa para o feto anticorpos já prontos contra a coqueluche. A novidade não substitui o atual esquema vacinal para as crianças menores de sete anos, que traz proteção mais duradoura”, salienta Danielle Grillo.

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