Com as novas cepas da Covid-19, que inclusive há suspeitas de que já circulam no norte do Estado, os cuidados para proteção em relação ao vírus têm que ser intensificados. Um deles, segundo a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, é a utilização das máscaras, principalmente em locais de grande circulação de pessoas, o que tem sido feito na Europa e Estados Unidos, havendo necessidade de acontecer o mesmo no Brasil.
A epidemiologista destaca que, como as novas cepas são mais transmissíveis, como se o vírus tivesse ficado mais eficiente para entrar nas células e causar a doença, há indicação nesses países do uso de máscaras que protejam mais do que as mais simples, de pano.
A máscara indicada na Europa, aponta Ethel, é a de Proteção Facial de Filtragem (PFF2). "Na Alemanha e Suíça, não pode entrar em transporte coletivo e supermercado sem ela. Nos Estados Unidos a orientação é que usem duas máscaras. Se a máscara de baixo puder ser cirúrgica e a de cima de tecido, melhor. Se não puder, recomenda-se usar duas de tecido", explica.
Ethel explica que a máscara faz uma barreira física para que, enquanto a pessoa fala, as gotículas de saliva não sejam expelidas diretamente no ar. "Quando eu uso máscara é uma proteção para o outro. Quando o outro usa é uma proteção para mim", reforça.
Essa proteção, afirma, age no sentido de não somente impedir que as gotículas de saliva sejam expelidas diretamente no ambiente, mas também de filtrar quando a pessoa está respirando.
Ethel destaca que no Brasil não deve ser diferente, mas que, ao contrário da Europa e Estados, não há uma coordenação no país. Ela salienta que no continente europeu, por exemplo, os impostos das máscaras foram reduzidos e elas estão sendo distribuídas para quem não pode comprar. "Há um planejamento de ações, uma coordenação nacional. Como no Brasil não tem nem vai ter uma coordenação nacional, nem distribuição, oriento que usem duas máscaras de tecido", aponta.
Suspeita de nova cepa no Espírito Santo
Há suspeita de que uma família de São Roque do Canaã tenha se infectado com Covid-19 pela nova variante do coronavírus identificada em Manaus, no Amazonas. A família hospedou em sua casa pessoas vindas desse estado, que, após a viagem, avisou aos anfitriões que haviam testado positivo para Covid. As amostras foram enviadas para análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em entrevista coletiva realizada na ocasião da transferência de pacientes de Manaus para o Espírito Santo, o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que seria até ingenuidade acreditar que a nova cepa já não tivesse circulando no Estado. Ele disse isso em resposta à preocupação que algumas pessoas externaram com a internação dos manauaras no Espírito Santo.
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