O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, cancelou a suspensão do piso da Enfermagem. Com a decisão, a Lei 14.434/2022, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT) e aprovada no ano passado, deve ser imediatamente cumprida, efetivando o pagamento dos novos salários para enfermeiros das esferas públicas federal, estadual e municipal. Na rede privada, conforme explicou Contarato, "prevalece o acordo coletivo ou convenção coletiva, ou acordo entre as partes, entre empregado e empregador".
Com o novo piso, enfermeiros receberão R$ 4.750 por mês; técnicos de enfermagem, R$ 3.325; e auxiliares de enfermagem e parteiras, R$ 2.375.
"Vamos na luta para dar cada vez mais dignidade a esses profissionais, porque a dignidade profissional passa pela dignidade salarial e carga horária", disse o senador. Embora não tenha se aprofundado no assunto, a fala dele remete também à defesa da carga horária de 30 horas semanais para a categoria, reivindicação que ele assumiu publicamente diversas vezes que irá defender em seu mandato.
Na ocasião, o ministro afirma que o Legislativo e Executivo não cuidaram das providências para viabilizar a absorção dos custos pela rede de saúde. "No fundo, afigura-se plausível o argumento de que o Legislativo aprovou o projeto e o Executivo o sancionou sem cuidarem das providências que viabilizariam a sua execução, como, por exemplo, o aumento da tabela de reembolso do SUS à rede conveniada. Nessa hipótese, teriam querido ter o bônus da benesse sem o ônus do aumento das próprias despesas, terceirizando a conta", disse.
Na ocasião, o Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfermeiros), embora tenha comemorado a sanção e se mostrado otimista com a possibilidade de cancelamento por parte do STF, destacou outras batalhas com a implementação do piso, como ações judiciais contra as empresas que se negarem a pagar.
Comentários: 2
A enfermagem hoje é quase trabalho escravo
Enfermagem não parece hoje um profissional escravidão é sim ,somos escravos, não temos salário para sobreviver, precisamos todo mês ajuda básica de familiares e o mais nada podemos fazer, mesmo o nosso tratamento médico, dentário necessário. Eu sou aposentada e tenho mais de 23 anos sem reajuste salarial. Só Deus mesmo.