Terça, 30 Abril 2024

Sindienfermeiros denuncia assédio moral na UPA de Carapina

upa_carapinaFotoleonardo_sa Leonardo Sá

O Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfemeiros) denuncia que, como forma de intimidar os trabalhadores a abandonar o movimento grevista, a Organização Social (OS) Mahatma Gandhi, que administra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina, na Serra, tem ameaçado denunciar os profissionais ao Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES), correndo o risco de perderem o registro profissional.

As ameaças, afirma a presidente do sindicato, Valeska Fernandes, partem da gerência da OS. A dirigente sindical acredita que trata-se de uma iniciativa que busca intimidar principalmente os trabalhadores mais novos, que são os que têm menos informações sobre diversos direitos, como o de greve. Por isso, durante a tarde desta quinta-feira (13), ela tem esclarecido os enfermeiros da UPA que não é possível qualquer denúncia ao Coren-ES por adesão à greve, muito menos a perda do registro.

Valeska relata, ainda, que representantes da gestão do prefeito Sérgio Vidigal (PDT) falaram para os trabalhadores que não podem fazer greve e que era para os cartazes sobre o movimento serem arrancados. Apesar de os enfermeiros não terem acatado a ordem, os cartazes desapareceram.

A dirigente sindical afirma que o Sindienfermeiros conversou com a secretária municipal de Saúde, Bernadete Coelho Xavier, uma vez que a UPA é administrada por uma OS, portanto, não há motivos para a gestão municipal querer interferir no movimento grevista. Desde então, afirma, não houve mais nenhuma tentativa de intimidação por parte da Prefeitura da Serra.

Houve tentativas de intimidação durante a greve também no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, onde, em três de outubro, trabalhadores foram demitidos. A entidade questionou a medida, destacando que aconteceram na véspera do início da greve dos enfermeiros da rede privada, o que, apontou, é ilegal. Apesar de ser um hospital público, o Himaba é administrado por uma Organização Social (OS), o Instituto Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental (Acqua).

O sindicato orientou os trabalhadores a procurar o jurídico da entidade para pleitear a reintegração. O argumento para as demissões foi de que a ala para Covid-19 será desativada, passando por uma reforma para abrigar uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin). A categoria está em negociação sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não aceita a proposta do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Espírito Santo (Sindhes), que afirmou que se o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar o piso inconstitucional, irá retirar direitos já conquistados pelos trabalhadores, como plano de saúde, auxílio creche e seguro de vida.

Além disso, explica Valeska, a carga horária máxima da Enfermagem é de 44h semanais e os patrões querem pagar o piso somente para quem cumpre essa carga horária. Os trabalhadores questionam o fato de que os patrões defendem que quem cumprir uma carga horária menor, receberá um valor proporcional. Entretanto, no entendimento do Sindienfermeiros, piso é o mínimo que se deve pagar ao trabalhador, não podendo haver remuneração de valor inferior.

A presidente do sindicato explica ainda que, para os trabalhadores que têm carga horária mensal de 220h, o Sindhes quer estipular uma escala de 12 x 36, ou seja, trabalhar um dia e folgar dois. Atualmente, a escala é de 12 x 60, assim, o enfermeiro trabalha um dia e folga dois.

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