Tadeu Marino quer fortalecer atendimento básico no interior para não sobrecarregar hospitais da GV

 

Tadeu Marino salientou a importância dos investimentos em saúde pública e da atenção básica. Ele ressaltou que os municípios que contam com atenção básica evitam que os pacientes recorram à rede estadual. Ele lembrou ainda que 65% dos atendimentos tanto nos Pronto Atendimentos (PAs) quanto nos prontos-socorros estaduais são casos que deveriam ser de atenção primária. 

 

Ele afirmou que esses atendimentos acabam por sobrecarregar as unidades, que sequer têm, na maioria dos casos, estrutura física adequada para atender a essa demanda. “É necessário que os municípios estruturem a atenção primária à saúde e que os atendimentos sejam feitos com mais humanização para que o paciente seja atendido no local onde mora”, reforçou.

 

Sobre o comparecimento dos médicos aos plantões – questão que passou a gerar polêmica a partir da morte da menina Adriele Vieira, no Rio de Janeiro, que foi vítima de bala perdida e precisou esperar por oito horas por cirurgia por falta de médico de plantão – o secretário disse que o Ministério da Saúde aprovou uma portaria que possibilita que os médicos das unidades façam a jornada de 20 horas semanais, alternando profissionais no dia, flexibilizando o horário. 

 

Ele salientou que a jornada atual é de 40 horas semanais, mas alguns profissionais utilizam alguma parte do dia para atendimentos particulares em consultórios, desguarnecendo as unidades de saúde. 

 

A respeito dos leitos do Estado, o secretário disse que a situação deve ser amenizada ainda no primeiro semestre de 2013, com a inauguração parcial do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves – conhecido como novo Dório Silva – que vai disponibilizar 150 leitos e 40 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ainda em fevereiro. 

 

O hospital São Lucas também deve disponibilizar 40 leitos no fim do 1° semestre, com a abertura parcial. Tadeu Marino disse que a mesma política esta sendo aplicada no interior do Estado. Ele citou os exemplos dos municípios de Colatina e Barra de São Francisco, ambos no noroeste do Estado.  

 

Ele lembrou que os dois principais gargalos do Estado são a alta complexidade e a média complexidade ambulatorial (consultas e exames especializados). Marino disse que os municípios do interior têm dificuldade de enviar pacientes para a Grande Vitória por problemas de transporte ou pela necessidade imediata do paciente. 

 

Para isso ele disse que vão ser construídos ainda neste ano cinco centros de consulta no Estado, nos municípios de Guaçuí (região do Caparaó/sul do Estado), Pedra Azul (serrana), Anchieta (litoral sul), Nova Venécia (noroeste) e Linhares (norte). Esses centros devem ter a capacidade de diminuir o tempo de espera dos pacientes por consultas e ainda descentralizam o atendimento, fazendo com que a população não precise recorrer à Grande Vitória em busca de atendimento.