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Vacinas para bebês com comorbidades chegam ao Estado nesta sexta

Imunização precisa ampliar. Estudo mostrou ausência de comorbidade em metade dos óbitos de crianças e adolescentes

Rovena Rosa/ABr

O Espírito Santo poderá iniciar a vacinação contra Covid-19 das crianças com seis meses a dois anos e onze meses de idade, com comorbidades, a partir desta sexta-feira (11), quando chega o primeiro lote das doses do imunizante Pfizer-BioNTech destinado a esse público. A expectativa é de chegada no aeroporto às 8h. 

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), serão 13 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde, que seguirão para as regionais do interior do Estado no mesmo dia. Também nesta sexta-feira, deve ser publicada a Nota Técnica da Comissão Intergestores Bipartite do Estado (CIB-ES) com detalhamento da operacionalização da vacinação. O que já se sabe é que o esquema vacinal é de três doses. 

O quantitativo, portanto, cobre a estimativa da Sesa em relação à população público-alvo dessa etapa de imunização, formado por 4,3 mil bebês.

É preciso, no entanto, ampliar com urgência essa cobertura, alerta a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e doutora em Epidemiologia Ethel Maciel. Além de atrasada dois meses – foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de setembro -, a vacinação desse público continua limitada aos bebês com comorbidades, quando já deveria abarcar a todos. 

“A situação é ruim e o atraso do Ministério, irresponsável”, afirmou Ethel em entrevista à BBC News Brasil. Em suas redes sociais, a epidemiologista mencionou ainda um estudo brasileiro recente mostrando que, em metade dos óbitos de crianças e adolescentes, não havia registro de comorbidades prévias, o que ressalta a fragilidade desse público e a necessidade de ampliar e agilizar sua imunização. “Há também os casos de Covid longa, em que a gente sabe que a vacina tem eficácia para diminuir o desenvolvimento”, acrescenta. 

Vacina é estratégia coletiva

Há que se lembrar ainda os efeitos coletivos da vacinação de toda a população apta, ou seja, todos os que possuem seis meses ou mais de vida. Uma postagem feita pela cientista, relacionada ao debate sobre compra de imunizantes, fora do Sistema Único de Saúde (SUS), se encaixa nessa reivindicação pela ampliação e agilização da vacina de todos os bebês. 

“Vacina não é remédio. Vacinação é estratégia coletiva. Se você comprar e se vacinar e todo seu entorno não vacinar, o vírus pode fazer uma mutação e sua vacina não servir para nada. (…) Se alguém em algum lugar ficar sem vacinação, e o vírus fizer uma mudança em sua estrutura, todo o esforço será perdido. Precisamos do maior número [de pessoas] em todos os lugares vacinados. Imunidade coletiva”.

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