Terça, 30 Abril 2024

Vila Velha: demissão de técnicos em enfermagem pode causar colapso em hospital

Vila Velha: demissão de técnicos em enfermagem pode causar colapso em hospital

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Espírito Santo (Sindsaúde-ES) recebeu denúncia que tem sido confirmada na prática de que técnicos de enfermagem serão substituídos por auxiliares de enfermagem contratados para o quadro de funcionários do Hospital Estadual Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha. A medida, ao invés de solucionar o grave problema da falta de profissionais, pode prejudicar ainda mais o atendimento aos pacientes, causando colapso na unidade hospitalar. Auxiliares têm remuneração menor e atribuições mais limitadas que a dos técnicos. 


“É importante salientar que o Sindsaúde-ES não está criticando a contratação de auxiliares de enfermagem, o problema é a demissão dos técnicos. Há setores onde só os técnicos de enfermagem e os enfermeiros podem realizar determinados procedimentos, ou seja, os auxiliares não poderão resolver as demandas. Entre eles a emergência, o CTI [Centro de Terapia Intensiva], a sala de medicação, o centro cirúrgico, o avançado e a estabilização, onde são atendidos os casos mais graves e ficam aqueles pacientes que necessitam de assistência contínua”, explica o secretário de Comunicação do Sindsaúde-ES, Valdecir Nascimento.


Outra liderança sindical, Cynara Azevedo, da Secretaria de Condições de Trabalho do Sindsaúde-ES, acrescenta que nos editais de processos seletivos anteriores não havia previsão de contratação de auxiliares. “A primeira informação é de que o hospital iria contratar mais de 50 auxiliares e que, após uma revisão, o número baixou para 24 profissionais com esta formação. Queremos saber de onde partiu esta indicação, a pedido de quem? Qual o motivo destas contratações serem apenas para o Hospital Antonio Bezerra de Faria e terem sido incluídas agora, no edital mais recente?”, questiona.


O Sindsaúde-ES encaminhará denúncia para o Ministério Público do Espírito Santo e Ministério Público do Trabalho, para que estes órgãos competentes não permitam que uma medida tão prejudicial seja colocada em prática.


Racionamento de comida



Além dos problemas verificados no Hospital Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha, que teve o processo de terceirização interrompido recentemente pelo governo do Estado, o Sindsaúde-ES tem recebido constantes denúncias de trabalhadores de duas unidades já terceirizadas: o Hospital Infantil de Vila Velha (Himaba) e o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, criado para substituir o antigo São Lucas, sobretudo relacionadas à racionamento de comida para trabalhadores e pacientes, além da queda de qualidade dos alimentos. 


A empresa responsável pela alimentação do hospital contratada pelo IGH - Verdall - estaria sem receber e, por isso, racionando a comida para pacientes e funcionários. Pacientes teriam comido biscoito com café e trabalhadores apenas maçã com café com leite, uma vez que os padeiros estavam sem trabalhar. A Guerdal teria contrato com o IGH para atender todos os hospitais geridos pela OS no Espírito Santo e também em outros estados. 



No Infantil de Vila Velha, trabalhadores chegaram a relatar a presença de larvas sendo servidas no feijão. 


Representantes dos trabalhadores que têm assento no Conselho Estadual de Saúde vão formalizar uma denúncia contra a Organização Social que administra o Himaba, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH). Entre outros problemas, trabalhadores relatam que não estão tendo depositados valores correspondentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 


Trabalhadores de empresas que prestam serviços nas área de limpeza e segurança também estariam cumprido aviso prévio e há três meses sem pagamento. Para Cynara Azevedo, que representa dos trabalhadores no Conselho Estadual de Saúde, a IGH não é transparente na maneira como administra os recursos repassados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para realizar a gestão do Hospital Infantil de Vila Velha. “Conseguimos acompanhar os repasses que são feitos pelo Estado para o IGH, mas depois não é possível saber se ela realiza o pagamento de seus fornecedores; isso também parece que não é fiscalizado adequadamente”, disse.  

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