Domingo, 19 Mai 2024

Ao contrário do que diz Herkenhoff, mortes não estão em queda no ES

Ao contrário do que diz Herkenhoff, mortes não estão em queda no ES

 

As taxas de homicídios de 2012 são semelhantes às de 2011. Ao contrário do que o secretário de Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, tem afirmado à imprensa, as mortes não apontam nem tendência de queda, nem de alta. Ou seja, estamos na mesma. Tanto é que o Espírito Santo continua ocupando a posição de segundo estado mais violento do País há mais de uma década.



No comparativo (dados atualizados até 10/12) mês a mês, entre 2011 e 2012, os índices estão rigorosamente empatados: 6 X 6. As taxas de homicídios de 2012 superaram as de 2011 nos meses de fevereiro, março, abril, maio, julho e dezembro (dez primeiros dias). Foram registrados 1.602 assassinatos no ano passado ante 1.560 deste ano. Uma diferença de 42 mortes.



Traduzindo em números o discurso de Herkenhoff, o secretário está chamando o percentual de 2,69% de queda. A afirmação é prematura e perigosa. O ritmo de mortes de dezembro – 61 em dez dias – projeta para este mês 183 assassinatos. Se essa projeção se confirmar, no comparativo 2012/2011 essa diferença cairia para apenas 26 mortes, ou seja, 1,54%.



Quando secretário de Segurança insiste em falar em tendência de queda frente a números tão inconsistentes, seu discurso acaba irritando ainda mais a população. Estatísticas à parte, a população interpreta os índices desses dados, não necessariamente pelos dados estatísticos, mas a partir da percepção da violência.



Essa sensação que torna a violência algo iminente no imaginário coletivo é muito mais forte que qualquer dado estatístico. Em outras palavras, não adianta o secretário falar em queda se a percepção da população aponta o inverso.



Essa percepção da violência, inclusive, vem sendo reforçada no governo Renato Casagrande pela chamada grande imprensa capixaba, que passou a dar espaço para o assunto.



A cobertura ostensiva do tema passou a dar concretude a essa percepção de violência. No governo de Paulo Hartung (PMDB), quando a violência atingiu seus maiores índices, a omissão da imprensa em dar visibilidade aos fatos acabou desassociando Hartung e o então secretário de Segurança Rodney Miranda (DEM) da responsabilidade sobre esses índices, que foram ainda piores que os do atual governo.



Prova dessa omissão dos resultados do governo Hartung na Segurança, se comprova pelas votações extraordinárias que Rodney obteve em 2010, quando se elegeu o deputado mais votado da Assembleia Legislativa, e este ano, quando superou dois fortes candidatos - Neucimar Fraga (PR) e Max Filho (PSDB) – para se eleger prefeito de Vila Velha.

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