Grupo pressiona Weverson Meirelles (PDT) por cronograma de nomeações
Os aprovados no último concurso da Guarda Civil Municipal da Serra realizaram, na manhã desta segunda-feira (1º), um novo ato para pressionar a gestão de Weverson Meireles (PDT) a concluir a convocação dos candidatos que já concluíram o curso de formação, mas aguardam nomeação há quase dez meses. A manifestação percorreu diferentes pontos da cidade e reuniu integrantes da comissão de aprovados no concurso de 2023.

O protesto começou próximo à caixa d’água da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), em Jardim Limoeiro, seguiu pela Avenida Central de Laranjeiras, e terminou na BR-101, em frente ao Terminal de Laranjeiras. Esta é a terceira manifestação organizada pelo grupo desde que os atrasos começaram, explicou a candidata aprovada e componente da comissão, Ana Paula Oliveira.
O concurso previa inicialmente 150 vagas, das quais 138 foram preenchidas. Contudo, apenas 50 candidatos foram convocados até agora e 45 tomaram posse. Os convocados foram chamados em abril e assumiram em agosto. Os demais 88 aprovados seguem aguardando. A comissão tem tentado dialogar com a administração municipal que, segundo a representante da comissão, havia se comprometido em reunião com o grupo ainda em agosto, com presença do prefeito, Weverson Meireles (PDT), da Secretária de Segurança, Gracimere Gaviorno (PDT), e o comandante da Guarda Municipal na época, Diego Nascimento.
“Nós concluímos o curso de formação no dia 31 de janeiro. Já passaram dez meses e nada! Daqui a pouco vai fazer um ano de curso e a gente não está na rua ainda. O prefeito disse que tinha expectativa de nomear o restante dos 88 até janeiro. Isso foi falado claramente, que era prioridade”, destaca.
Ao perceber que outras categorias estavam sendo chamadas antes, como professores e aprovados para o Departamento de Operações de Trânsito, os candidatos pediram nova reunião, marcada para a última sexta-feira (29), mas o prefeito não compareceu e enviou representantes, que informaram que a convocação agora deve ficar para depois do primeiro trimestre de 2026, relata Ana Paula. “Eles afirmaram desconhecer a promessa feita anteriormente pelo chefe do Executivo, mas falaram que iriam verificar com o prefeito e dar uma resposta hoje. Não recebemos nenhum retorno nada até agora. Por isso mantivemos a manifestação”, explica.
Para os aprovados, a demora representa prejuízo financeiro ao município, que investiu mais de R$ 3 milhões na formação dos 150 candidatos. Além disso, reforçam que a Serra, maior município da Grande Vitória, com cerca de 580 mil habitantes, é também o que possui o menor número de guardas municipais na ativa. Segundo Ana Paula, antes da convocação dos 50 aprovados, havia cerca de 142 guardas trabalhando. Caso todos os 138 aprovados estivessem em atividade, afirma, o efetivo praticamente dobraria. “É um investimento que está parado. O curso foi dado, o conhecimento foi ofertado. Qual guarda eles querem colocar na rua daqui a um ou dois anos, se a gente estiver desatualizado?”, questiona.
O presidente do Sindicato dos Servidores das Guardas Civis Municipais e dos Agentes Municipais de Trânsito do Espírito Santo (Sigmates), Manoel Luiz Abreu, que acompanha o caso, afirma que o prefeito chegou a afirmar em reunião com o sindicato que os convocados remanescentes serão chamados ao longo do próximo ano, informação que foi repassada à comissão, embora muitos não tenham recebido com confiança diante da mudança de prazos. Ele explica que a prefeitura cumpriu o que estava no edital, ampliando inclusive o número de convocados logo na primeira chamada. “Eram 24, eles dobraram para 40, e afirmaram que vão chamar os excedentes no ano que vem. As prefeituras, de forma geral, têm cumprido os editais dentro da validade, que costuma ser de dois anos prorrogáveis”, pondera.
O dirigente também observa que, em concursos da área de segurança, é comum que parte dos candidatos acabe migrando para outras seleções, o que impacta o número final de servidores nomeados. “Eles fazem uma previsão, mas nem sempre a quantidade prevista entra, porque muitos passam em outras provas. Acontece na Guarda, na PM [Policial Militar], em várias áreas. Não é porque a prefeitura não quer chamar, mas porque alguns dos 150 já seguiram para outros concursos”, defende.
Ele cita ainda que outros municípios capixabas estão realizando concursos e ampliando seus efetivos, como Vitória, que formará mais 100 guardas e deve passar de 480 para cerca de 580 agentes. Mesmo assim, destaca que o número ainda é inferior ao previsto pelo Estatuto das Guardas (Lei 13.022/2014), que estima que a Capital deveria ter aproximadamente mil guardas. Para ele, isso mostra que as defasagens são comuns em todo o Estado e, atualmente, nenhum município consegue operar com o efetivo ideal.
Sobre a Serra, ele confirma que o município possui atualmente cerca de 153 agentes na ativa e, embora a convocação dos 88 remanescentes não vá mais dobrar o efetivo, já que alguns candidatos deixaram o concurso por terem sido aprovados em outras seleções, ainda assim representará uma ampliação significativa no quadro. “Vai quase dobrar, sim, chegando perto do que foi projetado inicialmente”, projeta.

