Quinta, 16 Mai 2024

Batalhão da PM limita em R$ 50 cota diária de combustível

Batalhão da PM limita em R$ 50 cota diária de combustível
O 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, em comunicado interno, proibiu que as viaturas abasteçam valor acima de R$ 50/dia. A determinação contraria as declarações do governo do Estado que, diante das reações da população frente aos cortes na Segurança Pública, disse que não seriam feitos estes cortes, mas sim, seria orientada a economia em todos os setores do governo. 
 
O limite de abastecimento em viaturas pode ter reflexo no policiamento ostensivo, já que os veículos não poderão circular livremente em rondas. 
 
A política de corte nos gastos teve início em janeiro deste ano, quando Paulo Hartung (PMDB) assumiu alegando que o Estado passava por uma suposta crise. Na Segurança Pública houve corte de combustível em viaturas e recolhimento de smartphones utilizados pelas equipes da Polícia Militar que atuam nos bairros. 
 
Os aparelhos eram destinados a policiais que faziam policiamento a pé, de bicicleta ou a cavalo e serviam para que os PMs acessassem o banco de dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para verificar dados dos cidadãos. Os telefones complementavam o serviço das viaturas, que já são dotadas de computador de bordo. 
 
Os telefones foram adquiridos no ano de 2013, pelo ex-governador Renato Casagrande (PSB) para reforçar o aparato de segurança de policiais que fazem o serviço fora das viaturas. André Garcia também era o secretário na época e chegou a declarar para a imprensa que para que seja reduzida a violência é essencial que sejam contratados policiais e que seja feito investimento em tecnologia. 
 
Na época o secretário também declarou que o fato de os policiais estarem conectados e interligados à base e ao banco de dados proporcionaria mais agilidade à polícia, reduzindo a impunidade. O mesmo secretário que enalteceu o uso os aparelhos foi o que determinou a retirada deles de circulação. 
 
Além disso, o uso do smartphone aproximava as comunidades das equipes que faziam o policiamento em cada região. Os crimes ocorridos nos bairros poderiam ser reportados diretamente aos policiais que atuavam nas comunidades, desafogando, assim, a rede do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes). O corte de 54% de aparelhos e linhas dos smartphones equivale a cerca de 800 telefones. 
 
O confisco dos aparelhos atingiu diretamente a população, que obrigatoriamente deverá ligar, a partir de agora, para o 190 do Ciodes. O problema é que também foram cortados 30 atendentes do Ciodes, o que equivale a seis profissionais a menos por turno. Por isso, um serviço que já era alvo constante de reclamações por parte da população por conta da demora no atendimento, pode ficar ainda mais lento, com a sobrecarga do serviço. 
 
O plano telefônico dos aparelhos era baixo, com a possibilidade de substituição dos aparelhos uma vez ao ano. Por esse plano, as equipes de policiais se comunicavam entre si sem cobrança e sem a necessidade de utilização do rádio. O confisco dos smartphones, aliás, acabou por sobrecarregar também os rádios de comunicação da PM.

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Sexta, 17 Mai 2024

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