Segunda, 06 Mai 2024

Carnaval capixaba é marcado pela violência

A alegria dos blocos foi ofuscada pela violência, que tomou conta das ruas de norte a sul do Espírito Santo durante o carnaval. De sábado (1) até terça-feira (4), ao menos 22 pessoas foram assassinadas no Estado, uma a mais que no carnaval 2013. Os números confirmam que a violência continua em franca ascensão, contrariando o discurso do secretário de Segurança Pública, André Garcia, que insiste na tese de regressão do número de homicídios. 

 
Além dos homicídios, foram inúmeras as ocorrências de tiroteios em meio à folia. Sem falar dos roubos, quase impossíveis de mensurar, já que muita gente não faz ocorrência. 
 
O caso mais assustador ocorreu em Iriri, litoral sul do Estado. Além das três mortes, outras nove pessoas foram baleados, o que poderia dar números mais dramáticos à tragédia. 
 
Os foliões que curtiam o carnaval no balneário ficaram assustados com a violência. Alguns turistas anteciparam o retorno, enquanto outros que arriscaram ficar preferiram se recolher dentro de suas casas e nas pousadas. Os comerciantes também se queixaram da violência. Disseram que muitas famílias comentaram que este era o derradeiro carnaval que passavam no balneário sulino. 
 
Tiroteio e morte na Serra
 
Na noite de segunda-feira (2), também houve pânico no balneário de Jacaraípe, na Serra. Após um tiroteio no calçadão, próximo à Praça Encontro das Águas, três pessoas foram baleadas. Cerca de duas horas depois, por volta das 23 horas, um novo tiroteio deixaria mais dois adolescentes feridos. Um deles, Caíque Germano de Annerth, de apenas 13 anos, seguiu para o ponto de ônibus mesmo sangrando. 
 
O grupo rival, que teria iniciado o tiroteio, partiu para cima de Caíque e de seus amigos, em menor número. Houve uma briga. Sem conseguir correr por causa do ferimento, Caíque foi gravemente espancado. Com a chegada da Polícia Militar, os jovens foram submetidos a uma revista. Amigos de Caíque contam que mesmo baleado os policiais obrigaram o jovem a ficar em pé contra o muro. Depois da revista, ainda segundo o relato de um dos adolescentes, a polícia teria deixado o local sem prestar socorro a Caíque. 
 
Eles disseram que carregaram o amigo até a curva da Baleia, cerca de 700 metros do local dos fatos, onde foram socorridos por um taxista. Caíque não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra. 
 
O pai do adolescente declarou à imprensa que policiais espancaram seu filho mesmo baleado. Para o pai, a morte de Caíque ocorreu em função do espancamento e não do disparo. Ele ainda se queixou que a PM não prestou socorro ao adolescente. 

 

 

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