Sábado, 27 Abril 2024

Carro de pai de santo é apedrejado em Vila Velha

carro_vandalizado_FotoDivulacao Arquivo Pessoal
O pai de santo Dreiwis Pirajá, da Casa de Umbanda Preto Velho de Oxalá, no Ibes, em Vila Velha, registrou Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Civil (PC) diante do apedrejamento de seu carro por um vizinho, que se chama João Carlos Teubner. O sacerdote de Umbanda informa que o crime aconteceu nesse domingo (25) e que o vizinho, nos últimos tempos, tem dito que irá "expulsar o demônio da rua", referindo-se a ele. O Movimento de Juventude de Terreiro tem dado apoio a Dreiwis por meio de uma representação no Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e da publicação de uma nota de repúdio, nessa quinta-feira (29). 

Conforme consta no BO, que é base de uma representação criminal pelo crime de intolerância religiosa, ameaça e dano, cinco dias antes do ataque, o vizinho chegou a adentrar a garagem que dá acesso ao terreiro durante uma gira, mas saiu em seguida. No documento é relatado que foi jogada uma pedra no veículo. Posteriormente, foram arremessadas mais duas, danificando a lataria, os vidros e a parte interior do carro.
Arquivo Pessoal

Dreiwis afirma temer pela sua integridade física, a de seus familiares e consulentes. De acordo com ele, o ocorrido gerou um misto de tristeza e indignação, pois por ser morador antigo do bairro, conhece João Carlos e sua família desde criança.

O pai de santo relata que não se trata do primeiro caso de intolerância religiosa vivido, uma vez que há algumas semanas, um homem que não conhece parou em frente à Casa dizendo que iria queimá-la. "Há pessoas que desconhecem a religião, ironizam, desmerecem, e ainda acreditam que possa fazer o mal", lamenta.

O Movimento de Juventude de Terreiro do Espírito Santo publicou uma nota em que demonstra repúdio diante do ocorrido. "Este ato de violência é um atentado contra a liberdade religiosa e uma clara manifestação de racismo religioso que não pode ser tolerada em nossa sociedade". No documento, o Movimento afirma ser inadmissível que, em pleno Século XXI, "ainda sejamos testemunhas de ataques direcionados às comunidades religiosas de matriz africana, que são parte integrante de nossa diversidade cultural".

O texto prossegue dizendo que "a religião é um direito fundamental de cada indivíduo, e o respeito às diferentes crenças e práticas religiosas deve ser garantido e protegido". A Juventude de Terreiro também destaca seu "compromisso em combater o racismo religioso e todas as formas de discriminação". "Estamos firmes na defesa da liberdade de culto e na promoção do respeito às tradições ancestrais afrobrasileiras. Não podemos permitir que a intolerância e o preconceito continuem a manchar nossa sociedade", destaca.

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