quarta-feira, junho 11, 2025
19.9 C
Vitória
quarta-feira, junho 11, 2025
quarta-feira, junho 11, 2025

Leia Também:

Comissão da Arquidiocese de Vitória exige ‘apuração célere’ no caso Kaylan

Estatísticas que mostram diminuição dos homicídios no Estado também são questionadas

Acervo Pessoal

A Comissão da Promoção da Dignidade Humana da Arquidiocese de Vitoria (CPDH) divulgou nota na qual exige a “apuração célere” dos fatos que levaram à morte do adolescente Kaylan Ladário dos Santos, de 17 anos, em fevereiro último. A Comissão também se solidarizou com a família do rapaz e reafirmou sua luta “por uma política de segurança pública que se paute pelos princípios e valores da paz e dos direitos humanos, na defesa da vida, nosso bem maior”.

Com a recente quebra de sigilo do processo investigativo por parte da Justiça, veio à tona o fato de que o cabo Franklin Castão Pereira e os soldados Luan Eduardo Pompermaier Silva e Leonardo Gonçalves Machado são réus no processo, pois teriam jogado a vítima, viva, da Segunda Ponte, causando morte por afogamento. Seu corpo foi encontrado na orla de Cariacica.

Kaylan teria sido abordado pelos policiais devido a um mandado de apreensão por um assalto cometido em 2023. Quando chegou à delegacia, porém, foi constatado que o mandado estava vencido. Por isso, foi conduzido de volta para casa pelos policiais, que, no trajeto, ao passar pela Segunda Ponte, teriam cometido o crime.

A comissão afirma esperar ainda “rigor investigativo e legalidade com uso dos instrumentos técnicos e científicos para o estabelecimento da verdade e a responsabilização dos culpados, inclusive se estes forem órgãos e instituições públicas”. Também aponta que o ocorrido leva a CPDH “a questionar as estatísticas divulgadas ultimamente, pelos governos estadual e municipal, que mostram diminuição dos homicídios em nosso Estado”.

A CPDH faz o questionamento com base no fato de que a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) divulgou que o Espírito Santo registrou 253 homicídios dolosos nos quatro primeiros meses de 2025. De acordo com a pasta, o número representa uma redução de 21% com relação a 2024, que registrou 320 casos e era, até então, o melhor resultado desde 1996. Além disso, em maio, a Prefeitura de Vitória, com base no Observatório da Segurança Pública, divulgou que a Capital registrou 60 dias consecutivos sem homicídios.

A comissão indaga: “qual o conceito de homicídio está sendo empregado nessas estatísticas? A serviço de quem a violência policial está sendo considerada legítima? Quem são seus alvos preferidos?”. Diz, ainda, que “prima pela garantia dos direitos humanos em todas as suas dimensões de forma universal, indivisível e interdependente cuja tarefa de proteger, garantir, promover, reparar, realizar e implementá-lo é primeira do Estado”.

Mais Lidas