Sexta, 17 Mai 2024

Delegacias estão fechadas ou funcionando parcialmente por falta de delegados

A falta de efetivo policial no Estado está dificultando o trabalho de investigação de crimes. Não bastasse o reduzido número de policiais civis das mais diversas categorias, ainda há um contingente de delegados nomeados para os cargos que simplesmente estão impedidos de trabalhar. 
 
A história tem início em outubro de 2014, quando o então governador Renato Casagrande (PSB) nomeou 24 delegados de polícia aprovados em concurso. Os servidores não iniciaram o curso de formação da Academia de Polícia Civil do Estado (Acadepol), que dura de quatro a seis meses, no governo anterior.
 
Os delegados tinham esperança de que o novo governo daria início à formação no início deste ano. No entanto, o governo Paulo Hartung (PMDB) anunciou um austero pacote de cortes de gastos, que acabou afetando as atividades da Acadepol.
 
Sem o curso os delegados nomeados permanecem “vagando” pelas delegacias da Grande Vitória, numa tediosa observação que já dura seis meses. Como já são servidores públicos nomeados, os delegados recebem metade do vencimento a categoria – algo em torno de R$ 4,5 mil, mas não podem,por exemplo,portar arma, tomar depoimentos ou exercer qualquer atividade inerente ao cargo de delegado. Isso quer dizer que há, atualmente, 24 delegados sem trabalho. 
 
Ironicamente, há 23 delegacias no Estado que estão fechadas ou funcionando parcialmente por falta de delegado. 
 
Por conta da situação insustentável, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindepes), Rodolfo Queiroz Laterza, enviou à delegada-chefe da Polícia Civil, Gracimere Gaviorno, um ofício alertando para os riscos que trazem o efetivo deficiente de delegados no Estado. 
 
No documento, o delegado relata que nas regiões norte e noroeste do Estado há prevalência de uma situação de abandono de décadas, quanto às mais básicas necessidades administrativas, operacionais e materiais unidades policiais. Em alguns casos, até mesmo delegacias especializadas, regionais e distritais estão totalmente esvaziadas na capacidade operacional, devido à má distribuição do efetivo de policiais e de delegados de polícia. 
 
Como medida emergencial, o delegado chega a sugerir à delegada-chefe que um grupo de delegados assuma, voluntariamente, as aulas do curso de formação da Acadepol. Casos os delegados fossem treinados, seria uma forma de resolver, em parte, a situação da falta de delegados no interior do Estado.
 
Delegacias sem delegados
 
O presidente da entidade lista no documento os municípios que estão sem delegado de polícia. No noroeste do Estado estão sem delegado os municípios de Águia Branca, Boa Esperança, Vila Valério, Ecoporanga, Rio Bananal, são Domingos do Norte, Colatina – sem delegados na Delegacia de Infrações e Outras (Dipo), e na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) – na Delegacia Regional de Barra de São Francisco, Regional de Nova Venécia, em Mantenópolis, Alto Rio Novo e em Governador Lindenberg. 
 
Na região norte faltam delegados nas delegacias de Pedro Canário Mucurici e João Neiva. Também no norte, na Delegacia Regional de São Mateus, faltam delegados na Dipo, na Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e na DPCAI; em Linhares faltam delegados na Dipo, na Deten e na DPCAI; e em Aracruz, na Dipo, na Delegacia Patrimonial, na Deten e na DPCAI.  
 
No sul do Estado, na Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim, faltam delegados na Patrimonial e um plantonista; na Regional de Alegre faltam dois plantonistas. Faltam, ainda, delegados nos municípios de Iúna e Vargem Alta. Na região serrana faltam delegados nos municípios de Itarana, e São Roque do Canaã.
 
      
 

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