Sábado, 20 Abril 2024

Delegados da Polícia Civil fazem paralisação de advertência na véspera do feriado

 

 
Depois de um ano e oito meses e 32 reuniões, os representantes do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Espírito Santo (Sindelpo) e o governo do Estado não chegaram a um acordo. A proposta de reestruturação do plano de carreira, que beneficiaria além dos delegados toda a Polícia Civil, já estava em vias de ser concluída e enviada ao governo do Estado para sua aprovação. 
 
Insatisfeitos com o desfecho das negociações, a categoria se reuniu em assembleia geral nesta quinta-feira (30). Os delegados tomaram conhecimento de que o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, apresentou um projeto diferente de reestruturação da carreira, considerado pelo presidente do Sindelpo, Sérgio do Nascimento Lucas, como um profundo retrocesso na carreira da categoria.
 
Diante disso, os delegados decidiram fazer, na próxima quinta-feira (6) – véspera do feriado da Independência (07/09) -, um dia de mobilização e paralisação, como forma de aviso de uma categoria “que já cansou de esperar pela correção das distorções que as últimas décadas trouxeram às suas carreiras”. Só funcionarão, neste dia, as delegacias de plantão, enquanto os trabalhadores se reúnem em assembleia permanente das 9 às 17 horas. 
 
A atividade vai contar com a presença de George Melão, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo, e vai recolher alimentos para serem doados a entidades filantrópicas de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Cada delegado vai levar cinco quilos de alimento não perecível. 
 
Segundo Sérgio do Nascimento, a categoria não descarta a possibilidade de greve. “Essa atividade é, a princípio, um aviso. Esperamos que até o dia 6 o governo nos apresente uma proposta baseada em nossas reivindicações e que traga avanços para a nossa carreira. Se isso não acontecer, vamos avaliar com mais clareza, respeitando a legalidade, a mobilização para uma greve da categoria”, afirmou.
 
A proposta de Herkenhoff, segundo o presidente do Sindelpo, prevê a volta da lista tríplice para a promoção da categoria. O modelo, existente até o início do governo Casagrande, estabelecia quem seria promovido a delegado especial com base na submissão dos casos ao Conselho da Polícia Civil, em que os nomes seriam avaliados por alguns “critérios” e, a partir daí, encaminhados para a progressão.
 
Já a proposta do Sindelpo prevê que todo delegado seja promovido à categoria especial depois que atingir 13 anos de serviços prestados, desde que não responda a processos na Justiça. “Após todo o esforço das duas partes [delegados e a Secretaria Estado de Gestão e Recursos Humanos – Seger], fomos surpreendidos por este projeto retrógrado do secretário Henrique Herkenhoff”, afirmou Sérgio do Nascimento, expressando o sentimento geral da categoria. 
 
“Queremos acreditar que esse entrave não tenha surgido do governo do Estado”, garantiu Sérgio. Ele afirmou, ainda, que não vê motivos para o secretário Herkenhoff criar tamanho desgaste com a categoria.
 
Segundo o presidente do Sindelpo, a surpresa não vem só do fato de Herkenhoff ter atravessado a negociação com a Seger – que inclusive, na avaliação de Sérgio, vinha cumprindo um bom papel no relacionamento com a categoria. Há outro fato. O próprio secretário de Segurança Pública, em 2011, afirmou que considerava o modelo da lista tríplice injusto, pela subjetividade com que as decisões eram tomadas.
 
Em fevereiro daquele ano, Herkenhoff pediu que o governador Casagrande assinasse um decreto promovendo, de uma só vez, 52 delegados da Polícia Civil da terceira categoria para especial. Ao mesmo tempo, extinguiu a terceira categoria, prejudicando diretamente cerca de 20 trabalhadores da segunda categoria que estavam aptos para subir à terceira. Todos eles trabalhavam na Polícia Civil havia 20 anos e estavam há 13 sem aumento, que, segundo Sérgio, não é um caso raro dentro da categoria.

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