Sexta, 03 Mai 2024

Espírito Santo ocupa a sexta posição no ranking nacional de homicídios de mulheres

A violência contra a mulher cresceu no Espírito Santo. Segundo o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta terça-feira (11) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de mulheres assassinadas no Estado em 2013 foi superior ao ano anterior. Em 2012 as mulheres representavam 9,8% do número de homicídios contra 10,5% do ano passado.
 
Esses dados colocam o Espírito Santo no sexto lugar em índice nacional de homicídios de mulheres. O Estado fica atrás de Roraima (14,1%), Santa Catarina (12,8%), Mato Grosso do Sul (12,1%), Tocantins (12%) e São Paulo (10,6%). A média nacional é de 8,4%.
 
Segundo Edna Martins, representante do Fórum de Mulheres do Estado, os dados do anuário mostram que os últimos governos não tem se preocupado com o homicídios contra mulheres. “Já estamos acompanhando e denunciando essa situação há muito tempo, mas nossas autoridades ignoraram qualquer tipo de debate sobre essa realidade”. Edna afirma que essa violência está associada à questão de gênero e a situação tem piorado:  “Tentam associar esses crimes ao tráfico de drogas ou culpar a mulher por ter se envolvido com a 'pessoa errada'. Mas os crimes estão sempre ligados a gênero. É o que chamamos de feminicídio”, explica a militante. 
 
Edna também afirma que até mesmo as autoridades públicas acabam por culpabilizar a mulher pela violência, o que torna ainda mais difícil o debate destas questões com a sociedade. “Nosso Estado tem uma postura muito conservadora”, afirma Edna.
 
O estudo reforça esse dado, demonstrando um alto número de estupros no Estado. A cada 100 mil mulheres capixabas, 12 são vítimas de estupro. Outros quatro são vítimas de estupro tentado.
 
Sobre os mecanismos públicos de combate à violência doméstica, a pesquisa mostra que há apenas 231 agressorres presos no Estado julgados com base na Lei Maria da Penha – lei que protege as mulheres da violência doméstica. No Brasil, esse número chega a 4,5 mil. Na avaliação da representante do Fórum, a falta de comunicação e de ação conjunta entre os órgãos públicos prejudica a ação da lei. “Ao contrario do resto do Brasil, no Estado nos não temos uma rede unificada de trabalho para efetivar a Lei Maria da Penha”. E completa a militante: “É revoltante olhar para esses dados e perceber que todos os nossos últimos governantes têm ignorado os altos índices de violência contra a mulher”, lamenta. 

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