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Espírito Santo registrou 78 mortes em ações da Polícia Militar em 2024

Números de diagnóstico nacional apontam 23 ocorrências a mais em relação ao ano anterior

DPES

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), aponta que, no Espírito Santo, as mortes decorrentes de ações da Polícia Militar (PM) saltaram de 55 para 78 de 2023 para 2024. O número do último ano coloca o Estado em 9º lugar entre as unidades federativas que disponibilizaram os dados.

Acre, Amapá, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe não disponibilizaram os números. O Rio Grande do Norte, assim como o Espírito Santo, totalizou 78. O estado com maior número de mortes em ações da PM no ano de 2024 foi a Bahia, com 1,4 mil. Em seguida vem São Paulo (649), Pará (545), Paraná (389), Mato Grosso (196), Minas Gerais (192), Ceará (184) e Rio Grande do Sul (131).

Os dados do Anuário não coincidem com os do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), operado pelo Ministério da Justiça, divulgados em janeiro deste ano, mas se aproximam. O Sistema Nacional aponta que, em 2024, o número de mortes por intervenção policial no Espírito Santo foi de 73 casos, já em 2023, o total foi de 58.  

Das 27 unidades federativas, 10 apresentaram taxas de letalidade provocada por intervenções policiais acima da média nacional, que é 2,9. São elas: Amapá (17,1), Bahia (10,5), Pará (7,0), Sergipe (6,3), Mato Grosso (5,6), Goiás (5,1), Rio de Janeiro (4,1), Paraná (3,4), Tocantins (3,2) e Mato Grosso do Sul (3,0). O Espírito Santo se encontra abaixo da média nacional, com 1,9.

No que diz respeito às mortes decorrentes de intervenções de PMs fora de serviço, no ano passado o Espírito Santo, segundo o Anuário, não registrou nenhum caso. Em 2023, constam sete. Uma delas, que ganhou grande repercussão, foi a do músico, capoeirista e bacharel em Direito Guilherme Rocha, conhecido como “Pagodinho”. O crime foi cometido pelo soldado da PM Lucas Torrezani de Oliveira.

A pesquisa também traz a quantidade de PMs mortos em confronto em serviço, que foi nenhuma, tanto em 2023 quanto em 2024, e fora dele, que foi um no ano passado. O Espírito Santo não registra mortes de policiais civis em nenhum dos dois casos nos últimos dois anos. Já as mortes decorrentes de ação da Polícia Civil em serviço foram duas em 2023 e nenhuma no ano passado. Fora de serviço foi uma em 2023 e nenhuma no ano de 2024.

Não há registro de suicídio entre policiais civis do Espírito Santo nos últimos dois anos, mas há de PMs: foram três em 2023 e dois em 2024.

Mortes em ações da PM

Em 2024, somente no mês de setembro, ocorreram oito mortes em ações da PM no município de Vitória. As primeiras vítimas foram Breno Passos Pereira da Silva, de 23 anos, e Matheus Custódio Batista Quadra, de 26, alvejados em São Benedito, no Território do Bem. De acordo com moradores do bairro, Breno foi assassinado em um beco, quando a polícia chegou atirando.

Já Matheus, relataram, foi alvejado cerca de 30 minutos depois, quando, ao fugir da polícia, entrou na casa de uma moradora. Os policiais, então, adentraram a residência, o algemaram e disparam contra ele. Em Tabuazeiro foram mortos também Maycon, de 16 anos, e Rafael Cardoso Moreira, de 23, vitimados fatalmente dentro de casa, a tiros.

Moradores afirmaram, na ocasião, que ambos estavam dormindo quando policiais militares entraram na casa, os sufocaram com travesseiro, e depois deram os disparos. Também em Tabuazeiro, Esmael dos Santos Lopes, de 21 anos, foi baleado na praça do Morro do Macaco. Foi internado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), mas veio a óbito dois dias depois.

Em Jesus de Nazareth foram mortos Bruno e Vinicius. A versão da PM é de que os policiais se depararam com cerca de seis homens em um beco, que dispararam, dando início a um confronto no qual os dois foram vitimados. Contudo, a comunidade apresentou uma outra versão. Moradores relataram que Bruno tinha acabado de sair do campo de futebol rumo a sua casa. Ao passar pelo beco, foi cercado por policiais.

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