Euclério gagueja tentando explicar cortes na Segurança
Antes da tumultuada votação que definiu Hudson Leal (PRP) corregedor da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (24), o clima no plenário já era quente. O deputado Gilsinho Lopes (PR) trouxe para discussão os polêmicos cortes na Segurança Pública.
O deputado repudiou a medida da Secretaria de Segurança Pública que cortou o combustível das viaturas, reduzindo o policiamento ostensivo. O republicano apontou outros problemas na infraestrutura da polícia, que comprometem as ações de combate à criminalidade.
Ele citou como exemplo a situação do município de Iconha, que registrou aumento no número de crimes. Segundo Gilsinho, o município não tem delegado titular e conta apenas com dois investigadores de polícia.
“Mais de 30 assaltos em um mês com emprego de arma de fogo e violência. A situação de contingência com cortes em uma área essencial, em que está em jogo a vida do cidadão, é muito complicada”. O deputado também falou nos cortes de pessoal no Ciodes, que vai dificultar o acesso da população ao serviço.
Em seguida, foi a vez do deputado Amaro Neto (PPS) criticar os cortes na segurança. O deputado denunciou que o secretário de Segurança André Garcia estaria impondo a “lei da mordaça” na PM. Segundo ele, nenhum policial está autorizado a falar à imprensa sem anuência da Assessoria de Comunicação da Sesp. Amaro disse que a medida é para evitar críticas aos cortes de gastos.
Amaro Neto cobrou a convocação de André Garcia pela Comissão de Segurança, que é presidida pelo deputado Euclério Sampaio (PDT).
O pedetista, que é governista declarado, ficou constrangido com as críticas. Ele ainda tentou justificar que era preciso diferenciar cortes de otimização de gastos.
Para tentar empurrar a responsabilidade para o governo Casagrande, Euclério argumentou que os cortes no policiamento da Patrulha da Comunidade começaram no governo anterior. A tentativa de blindar o governador Paulo Hartung, porém, caiu por terra diante dos questionamentos de Amaro.
“Já que ele foi o secretário no governo anterior, seria importante a sua vinda para explicar se é válido o corte de 20% no trabalho da Secretaria. Se é possível ou não é possível”, provocou Amaro.
Euclério sentiu a pressão e passou a gaguejar na ânsia de encontrar palavras para justificar os cortes e a não convocação do secretário de Segurança.
Mesmo o deputado Josias da Vitória (PDT), que busca uma aproximação com o governo, não pôde se furtar de criticar os cortes na área de segurança. Ele também apoiou a convocação do secretário para esclarecer os cortes e apresentou dados que ilustram os efeitos das medidas na segurança.
Da Vitória disse que recebeu a informação que o Batalhão da PM em São Mateus trabalhava com 80 mil litros por mês, mas agora está usando apenas 30 mil. “No carnaval, faltaram 15 mil litros para o trabalho. Isso nos aflige e quero continuar sendo responsável e apoiando o governo com economia, mas estou muito preocupado com as políticas emergenciais em relação à segurança pública”, destacou.
Gildevan Fernandes (PV) se esforçou para amenizar as críticas. O líder do governo tentou “jogar” com os números para justificar que as medidas de austeridade não estão comprometendo as ações de combate à violência. Ele, por exemplo, comemorou a redução de homicídios no Carnaval, como se 28 mortes em cinco dias fossem aceitáveis.
Veja mais notícias sobre Segurança.
Comentários: