Sábado, 04 Mai 2024

Falta de informações sobre morte de professor da Ufes alimenta 'burburinho' em São Mateus

A Polícia Civil continua a não fornecer informações sobre o inquérito que apura o assassinato do professor da Ufes, Valdenir Belinelo, ocorrido em 21 de março de 2012, na localidade de Rio Quartel, em Linhares, no norte do Estado. Na ocasião do homicídio, o professor estava cedido ao Estado, atuando como diretor do hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, também no norte do Estado.
 
 
Desde a morte de Belinelo, as informações sobre a motivação e autoria do crime foram omitidas pela Polícia Civil, que alegou sigilo para garantir o andamento das investigações. No entanto, mais de um ano e meio depois do crime, nenhuma informação – sobre autoria, ou mesmo se o inquérito foi relatado – foi divulgada pela policia. 
 
As informações sobre a morte do professor estão no roteiro percorrido por ele no dia do crime. Durante todo o dia Belinelo esteve em Vitória, onde passou por reuniões com o deputado estadual José Carlos Elias (PTB) e com o secretário de Estado de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho, Jadir José Péla. Com o secretário, a reunião teve o objetivo de debater a aquisição de equipamentos mais modernos para o hospital. Todas as reuniões daquele dia transcorreram sem quaisquer anormalidades. 
 
Após a reunião, o professor informou ao deputado que iria ao Shopping Vitória fazer um lanche e depois seguiria para São Mateus. Elias ainda tentou demover o professor da ideia de voltar ao norte do Estado, por conta do horário e porque ele havia tido um dia atribulado em Vitória. Ainda assim, Belinelo insistiu em voltar para São Mateus. 
 
Toda a passagem do professor pela Assembleia e pelo shopping foi captada pelos circuitos de videomonitoramento dos locais, cujas imagens foram recolhidas para análise pelo superintendente de Polícia do Interior, sobre chefia do delegado Danilo Bahiense. 
 
Já na estrada, o professor – que estaria com outro passageiro no carro – fez uma parada em uma lanchonete no município de Aracruz (norte do Estado), no que acredita-se tratar de uma emboscada, já que, quilômetros depois, em um local ermo, ele foi assassinato. A lanchonete, muito conhecida pelas pessoas que trafegam pela BR-101 norte também tem circuito de videomonitoramento e as imagens também foram recolhidas. 
 
Do inquérito, no entanto, nada se conhece. O delegado que presidiu as investigações, Fabrício Lucindo Lima, não se pronunciou sobre o andamento das investigações. A motivação e autoria do assassinato do professor permanecem um mistério, já que, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o processo corre em sigilo. A polícia não revela informações sobre o andamento das investigações, possíveis indiciados ou denunciados pelo crime.
 
Corre à boca miúda na cidade de são Mateus que esses contratos pertenciam ao deputado Freitas (PSB), que é ligado ao setor farmacêutico, e que Belinelo, ao assumir a direção do hospital, teria posto fim a interferência de Freitas na instituição. As indicações dos diretores do Roberto Silvares, antes de Belinelo, sempre passaram pelo crivo do deputado.
 
O deputado estaria solicitando à atual diretora do hospital Roberto Silvares declaração que ateste que ele nunca negociou com o estabelecimento.  
 
O que causa estranheza e alimenta as boatos, principalmente em São Mateus, é justamente a atitude da Polícia Civil em não revelar qualquer andamento do processo e delongar mais de um ano e meio as investigações.    

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