Sexta, 17 Mai 2024

Fraude previdenciária é alvo de operação da Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (24) as operações São Francisco e Água Doce, que têm o objetivo de combater crimes previdenciários em municípios do noroeste capixaba e de Minas Gerais. Na manhã desta terça foram cumpridos dez mandados de prisão e de busca e apreensão nos municípios de Barra de São Francisco, Água Doce do Norte e Baixo Guandu, no noroeste do Estado; e de Mantena, em Minas Gerais. 
 
De acordo com as investigações da Polícia Federal, os crimes eram cometidos contra a Agência de Previdência Social localizada em Barra de São Francisco. A operação São Francisco apurou fraudes ocorridas com a criação de benefícios fraudulentos a partir da inserção de dados de pessoas físicas verdadeiros, como o Cadastro de Pessoa Física (CPF), mas com o nome do titular ou com a filiação alterada, muitas vezes apenas por uma letra. 
 
Com a pequena alteração, e com a conivência de servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) envolvidos no esquema, os benefícios eram autorizados e as contas correntes indicadas nos CPFs passavam a receber os depósitos dos benefícios. 
 
As investigações apontaram que servidores da prefeitura de Barra de São Francisco também estão envolvidos nas fraudes. Estes servidores trabalhavam no INSS, cedidos pelo município, por conta do reduzido o quadro de pessoal no instituto. 
 
Os servidores cedidos usavam informações privilegiadas, obtidas pelo fácil acesso aos bancos de dados do município. Eles utilizavam nomes, CPFs, e outros dados de servidores municipais, em maioria aposentados, que não sabiam que tinham as identidades usadas em golpes. 
 
Operação Água Doce
 
Durante as investigações da fraude previdenciária, a Polícia Federal descobriu outro sistema de fraude, praticada por um político da região noroeste, que não teve o nome divulgado, deflagrando a operação Água Doce. 
 
Neste esquema, o político oferecia “facilidades” a eleitores em processos de aposentadoria e outros benefícios e chegava a cobrar valores pela “ajuda”. Outro esquema revelado pelas investigações foi o tráfico de influência exercido por pessoas de fora da agência da previdência que encaminhavam trabalhadores em busca de aposentadoria e outros benefícios, que recebiam tratamento diferenciado por servidores envolvidos no esquema de corrupção. 
 
Para a investigação do foi formada uma força tarefa previdenciária no Estado, composta por membros do Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal (MPF), que apontou que as fraudes aconteciam desde 2008, sendo investigadas a partir de 2012. Estima-se que a quadrilha já tenha desviado mais de R$ 1 milhão dos cofres da União. Prejuízo maior foi evitado com a suspensão dos benefícios. 
 
Os investigados responderão pelos crimes de estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistema de informação, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência e crime eleitoral, de acordo com a conduta de cada investigado, delitos cujas penas podem chegar a 12 anos de prisão.

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