Terça, 07 Mai 2024

Greve vai parar delegacias do Estado por 48 horas

Os delegados de Polícia Civil paralisam as atividades nesta quarta e quinta-feira (19 e 20). Eles reivindicam melhorias nas condições de trabalho e reajuste na remuneração. De acordo com o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindelpo), delegado Rodolfo Laterza, a categoria está mobilizada. Todos os serviços que exigem a presença do delegado não vão funcionar nas próximas 48 horas. O Sindelpo orienta a população a procurar as delegacias de plantão.
 
Nos dois dias de paralisação os delegados irão realizar assembleias, sendo no dia 19 da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória e no dia 20 no auditório da Chefatura de Polícia. Durante os encontros, os delegados devem avaliar o movimento e definir os próximos passos.
 
A categoria vem se manifestando pelo reajuste na remuneração, que é a segunda pior do País. Atualmente, o salário inicial do delegado é de R$ 8.402,29, só ficando acima do praticado na Paraíba, que é de R$ 7.132.
 
Serviços vão parar
 
O comitê de greve está orientando a categoria sobre os procedimentos que devem ser seguidos durante a paralisação.
 
Veja abaixo as orientações transmitidas aos delegados pelo comitê de greve: 
 
1. Seja no interior ou na Grande Vitória, especializadas ou não, encerrem toda e qualquer atividade do expediente. A delegacia deverá funcionar, até porque a greve é apenas dos Delegados, mas somente para resolver problemas internos e a título de orientações e direcionamento das demandas externas ao plantão mais próximo.
 
2. Não deverão ser realizadas oitivas, não deverão ser protocolados ofícios e expedientes, não deverão ser confeccionados boletins de ocorrências, enfim, todo procedimento que seja originado de movimentação do exterior da unidade não deverá ser realizado, pois, no fim, todos precisam da análise da Autoridade Policial ou seu acompanhamento.
 
3. Nada obsta que os policiais trabalhem internamente, por exemplo, adiantando um relatório de investigação ou organizando procedimentos da delegacia, até porque frisa-se, a greve é apenas dos delegados.
 
4. As demanda ainda que urgentes não deverão ser recebidas pela unidade. No caso de flagrante delito, por exemplo, os policiais condutores deverão fazer contato com o CIODES a fim de direcioná-los ao Plantão adequado.
 
5. É necessário afixar avisos simples pelas unidades (já encaminhado em email aos colegas), comunicar o MP e o Judiciário sobre a paralisação de 2 dias e determinar os policiais de cada unidade de acordo com essas orientações.
 
Insatisfação
 
Há, pelo menos, dois meses os delegados cobram do governo do Estado uma posição a respeito da remuneração praticada no Estado. A categoria não recebe reajuste desde 2006. 
 
Em 24 de fevereiro, os delegados realizaram um protesto na forma de debate com a presença de representantes da categoria de São Paulo e Minas Gerais. No mesmo dia, em sessão na Assembleia Legislativa, o deputado Gilsinho Lopes (PR) disse que as demandas da categoria já haviam sido levadas ao governador Renato Casagrande (PSB), que disse não poder conceder reajuste para este ano.
 
Na Casa, o diretor da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil, George Melão, lembrou que os delegados capixabas não recebem reajuste desde 2006. “Dá uma tristeza muito grande saber que um profissional como esse, responsável em combater a violência e promover a paz em todo o Estado, está sendo tão desvalorizado”, disse o diretor na ocasião. 

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