Quarta, 01 Mai 2024

Guilhotina de Hartung corta serviços essenciais à população

Guilhotina de Hartung corta serviços essenciais à população
A medida da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) em conter gastos em áreas que afetam o policiamento ostensivo repercutiu mal entre a população. Às vésperas do Carnaval, período em que o litoral do Estado recebe um grande número de foliões e aumentam as ocorrências de crimes, a retirada de viaturas das ruas certamente terá reflexo para a segurança da população. 



O Carnaval de 2014 foi o mais violento dentre os três anos anteriores. Entre os dias 1 e 4 de março do ano passado foram registradas 31 mortes contra 21 no carnaval de 2013; e 27 da folia de 2012. Além do índice alto de homicídios, se observou durante o Carnaval que algumas das mortes ocorridas tiveram como motivo conflitos banais que foram resolvidos com armas de fogo. 
 
Os crimes de 2014 aconteceram justamente em locais bastante frequentados do litoral capixaba quando, em teoria, haveria mais policiamento nas praias. 
 
As justificativas dadas pela Sesp para a contenção de gastos com o combustível das viaturas não convenceram a população. Na manhã desta quarta-feira (11), em entrevista à Radio CBN Vitória, o secretário de Segurança, André Garcia, disse que as viaturas não vão ser retiradas das ruas, mas vai haver uma readequação dos recursos utilizados. 
 
Durante a entrevista, o secretário ressaltou que a pasta vai analisar os casos em que é possível que o ostensivo seja substituído por outras modalidades, como o policiamento em motos, bicicletas ou cavalos. Ele também acrescentou que os serviços estão sendo adequados à situação fiscal do Estado. 
 
No entanto, André Garcia, que foi mantido na pasta do governo Renato Casagrande para atual, de Paulo Hartung, depõe contra sua própria gestão ao dizer que algumas ações da Sesp, no tocante à oferta de viaturas, poderiam estar equivocadas. Apesar de sustentar que é preciso fazer a adequação à realidade fiscal do Estado, ele disse que não vai haver oferta de policiamento nem prejuízo operacional para as ações que já estão sendo realizadas. 
 
Mesmo que não haja redução no policiamento, o que vem sendo feito atualmente parece insuficiente para conter o avanço da violência. Na tarde desta terça-feira (10), a professora de inglês Miriã Rocha Peixoto foi baleada e morreu quando chegava para dar aula para o turno vespertino na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Juiz Jairo Matos Pereira, em São Torquato, Vila Velha. Segundo a polícia, a professora foi vítima de uma troca de tiros entre gangues rivais. 
 
O crime, no entanto, não ocorreu à noite, em horário de pouco movimento, mas sim pela manhã, em horário escolar, em uma região movimentada e com a circulação constante de pedestres. O tiroteio aconteceu em um momento em que nenhuma viatura circulava pelo entorno da escola e o confronto entre os gangues rivais começou e terminou, culminando com a morte da professora, sem que a polícia chegasse ao local a tempo de identificar os autores dos disparos. 
 
A professora, inclusive, foi socorrida por transeuntes que passavam pelo local, e não por ambulância ou viatura da PM. 

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Quinta, 02 Mai 2024

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