Homicídios de negros no Estado têm níveis de guerra civil
Mais um estudo aponta o extermínio de negros no Estado, fato que as entidades do Movimento Negro denunciam reiteradamente. Nesta terça-feira (11) foi divulgada a oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O estudo comprova a seletividade nas mortes por agressão a esta parcela da população.
De acordo com o Anuário, somadas as categorias preta e parda (o que os estudos contam como negros), em 2013 foram 1.315 pessoas mortas por agressão no Estado, o que corresponde a 81% de todas as mortes. Isto quer dizer que em 2010, a cada 10 pessoas mortas, oito eram negras.
Já entre brancos, o estudo aponta que foram 236 mortes em 2013, o que corresponde a 14,5% das mortes por agressão no Estado em 2013.
O Anuário também apresenta dados alarmantes de homicídios de jovens no Estado. Na faixa etária entre 15 e 24 anos a taxa de homicídios ficou em 115,1 mortes, o que representa o extermínio da juventude no Estado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que taxas de homicídios acima de 10 por 100 mil são consideradas epidêmicas, já as maiores de 100 por 100 mil são níveis de guerra civil.
A taxa de mortes de jovens com idades entre 15 e 24 anos no Estado só é mais baixa do que de Alagoas que ficou em 157,3 mortes por agressão a cada 100 mil habitantes em 2013.
Armas de fogo
O Anuário também mostra que a maioria das mortes registradas no Estado em 2013 foi por arma de fogo. Segundo o estudo, em 2013 79,4% das mortes foi por arma de fogo, uma diminuição irrisória, já que em 2012 79,7% das mortes foram por arma de fogo.
O Estado é o terceiro do País em mortes por arma de fogo, ficando atrás apenas do Ceara e da Paraíba. Estes índices também mostram que as políticas de desarmamento não tiveram resultado prático na redução dos índices de homicídios.
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