Sábado, 18 Mai 2024

Iases demite servidor acusado de envolvimento no esquema de corrupção com a Acadis

O Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases) condenou o servidor efetivo Antônio Haddad Tápias à penalidade de demissão pela prática infracional de lesão aos cofres do Estado e dilapidação do patrimônio estadual, conforme consta no artigo 234, inciso XI da lei complementar n° 46/1994, que institui o Regime Jurídico Único dos servidores públicos civis da administração direta, das autarquias e das fundações públicas do Estado. 
 
O ex-diretor técnico do Iases foi acusado de envolvimento no esquema de corrupção envolvendo os contratos entre o Iases e a Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis), desvelado pela Operação Pixote, deflagrada pela Polícia Civil em agosto de 2012. 
 
Em 26 de outubro do mesmo ano foi instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a responsabilidade administrativa do servidor relativa ao suposto uso inadequado de verbas e erário público, gerando supostas lesões ou dilapidações ao patrimônio do Estado.  
 
Antônio figura no inquérito da Operação Pixote como a pessoa que deu respaldo técnico para o contrato do Iases com a Acadis e negou informações à Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont). 
 
Além disso, a apuração das denúncias apontou o envolvimento dele no esquema de violações de direitos humanos no sistema socioeducativo. Braço direito de da ex-diretora presidente da autarquia Silvana Gallina, Táppias era acusado de incitar motins para desestabilizar o sistema e mostrar que o modelo do presidente da Acadis, o colombiano Gerardo Mondragón, deveria ser estendido a todo o sistema. A essa altura, Mondragon – que foi preso por força da Operação Pixote, assim como Táppias, Gallina, e outros servidores da autarquia e trabalhadores da Acadis – comandava a gestão das unidades de Cariacica e Linhares (norte do Estado) e tinha a intenção de integrar a unidade do Xuri ao esquema.
 
Presos na Operação Pixote
 
Presos na operação policial que desbaratou esquema de corrupção do âmbito do Iases e da Acadis.
 
Silvana Gallina – diretora-presidente do Iases: violação das leis de licitação, prevaricação para favorecimento de terceiros, peculato-desvio de recurso público, formação de quadrilha.
 
Antônio Haddad Tappias – ex-diretor técnico do Iases: desvio de recursos, deu respaldo técnico para o contrato do Iases com a Acadis, negou informações à Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont): formação de quadrilha.
 
Gerardo Bohorquez Mondragón – presidente da Acadis: peculato-desvio, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, prevaricação.
 
André Luiz da Silva Lima – assessor jurídico do Iases, sócio de Mondragón no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (Inbradese): articulou o esquema para que Acadis fechasse contrato com o Iases.
 
Ana Rubia Mendes de Oliveira – subgerente de contratos e convênios do Iases, ex-diretora financeira da Acadis (responsável por liberar recursos para a Acadis): falsidade ideológica, peculato-desvio, formação de quadrilha.
 
Edna Lúcia Gomes de Souza – assessora técnica da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República: foi a pessoa que apresentou Gerardo Mondragón e o Modelo Pedagógico Contextualizado (MPC) a Silvana Gallina: lavagem de dinheiro, peculato, formação de quadrilha.
 
Euler de Souza – diretor do Centro Socioeducativo (CSE) de Cariacica: negociava contratos de semi-liberdade de adolescentes em troca de dinheiro: peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro.
 
Tatiane Melo – funcionária administrativa da Acadis: crime contra a ordem tributária e formação de quadrilha.
 
Ricardo Rocha Soares – diretor do CSE de Linhares: desvio de dinheiro, crime contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, formação de empresas laranja para contratar com a Acadis.
 
Severino Ramos da Silva – defensor público do Estado: acusado de insuflar rebeliões nas unidades sob administração direta do Iases para mostrar a gestão terceirizada como melhor opção;
acusado de entregar celulares para adolescentes das unidades do Iases para que articulassem rebeliões.
 
Danielle Merisio Fernandes Alexandre – diretora administrativo-financeira do Iases: peculato-desvio, prevaricação, violação das leis de licitação, formação de quadrilha.
 
Marcos Juny Ferreira – Gerente da unidade Linhares da Acadis: Formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
 
Douglas Fernandes Rosa– diretor financeiro da Acadis: desvio de dinheiro, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, formação de quadrilha.

Veja mais notícias sobre Segurança.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 18 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/