Quarta, 01 Mai 2024

Inquérito da morte do professor Valdenir Belinelo permanece inconcluso

O assassinato do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes), Valdenir José Belinelo, completou dois anos em 21 de março deste ano, mas ainda não foram apontados os executores do crime, nem a motivação. De acordo com informações da Polícia Civil, o delegado titular da Delegacia de Crimes contra a Vida (DCCV) de Linhares (norte do Estado), Fabrício Lucindo Lima, ainda não finalizou as investigações. 
 
Belinelo, que estava cedido ao governo do Estado e atuava como diretor do hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, no norte do Estado, foi assassinado a facadas em Linhares, na localidade de Rio Quartel, em 21 de março de 2012, quando retornava de Vitória, onde tinha participado de uma reunião. Inicialmente, duas linhas de investigação foram vislumbradas: crime passional e de mando. Havia informações de que o professor estaria investigando irregularidades no hospital referentes a contratos de fornecimento de medicamentos e, inclusive, já teria suspendido alguns desses contratos.
 
Depois destas informações preliminares, nenhuma outra informação sobre o caso foi divulgada. O delegado não fornece informações sobre o homicídio. Ele alega que as investigações podem ser comprometidas. 
 
Antecedentes do crime
 
As informações sobre a morte do professor estão no roteiro percorrido por ele no dia do crime. Durante todo o dia, Belinelo esteve em Vitória, onde passou por reuniões com o deputado estadual José Carlos Elias (PTB) e com o secretário de Estado de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho, Jadir José Péla. Com o secretário, a reunião teve o objetivo de debater a aquisição de equipamentos mais modernos para o hospital. Todas as reuniões daquele dia transcorreram sem quaisquer anormalidades. 
 
Após a reunião, o professor informou ao deputado que iria ao Shopping Vitória fazer um lanche e depois seguiria para São Mateus. Elias ainda tentou demover o professor da ideia de voltar ao norte do Estado, por conta do horário e porque ele havia tido um dia atribulado em Vitória. Ainda assim, Belinelo insistiu no retorno. 
 
Toda a passagem do professor pela Assembleia e pelo shopping foi captada pelos circuitos de videomonitoramento dos locais, cujas imagens foram recolhidas para análise pelo superintendente de Polícia do Interior, sobre chefia do delegado Danilo Bahiense. 
 
Já na estrada, o professor – que estaria com outro passageiro no carro – fez uma parada no restaurante Pamonhaia da Roça, mm movimentado estabelecimento no município de Aracruz (norte do Estado), no que acredita-se tratar de uma emboscada, já que, quilômetros depois, em um local ermo, ele foi assassinato. A lanchonete, muito conhecida pelas pessoas que trafegam pela BR-101 norte, também tem circuito de videomonitoramento e as imagens foram recolhidas.
 
No entanto, do inquérito nada se conhece, já que nenhuma informação foi fornecida desde que o crime ocorreu. 
 
As informações que correm em São Mateus dão conta que esses contratos pertenciam ao deputado estadual Eustáquio de Freitas (PSB), que é ligado ao setor farmacêutico, e que Belinelo, ao assumir a direção do hospital, teria posto fim à interferência de Freitas na instituição. As indicações dos diretores do Roberto Silvares, antes de Belinelo, sempre passaram pelo crivo do deputado. Freitas teria solicitado à atual diretora do hospital Roberto Silvares declaração que ateste que ele nunca negociou com o estabelecimento.  
 
O que causa estranheza e alimenta os boatos é justamente a atitude da Polícia Civil de não revelar qualquer andamento do processo e delongar por mais de dois anos as investigações.    
  

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