Terça, 07 Mai 2024

Linhares ainda tem crimes de grande repercussão insolúveis

A prisão dos três acusados de terem matado o procurador da Câmara Municipal de Conceição da Barra (norte do Estado), Marcelo Vaccari Quartezani, pelos policiais da Delegacia de Crimes contra a Vida (DCCV) de Linhares, também na região norte, colocou fim à tese de crime de mando que começava a circular no município em que o procurador atuava. 
 
Desde o encontro do corpo do procurador, em 26 de agosto, as especulações giravam em torno de crime de mando, já que não havia qualquer informação sobre o roubo de objetos ou dinheiro de posse de Marcelo. No entanto, as investigações policiais apontaram que ele foi sequestrado em casa, amarrado e assassinado no município de Linhares, depois de ter pertences e R$ 10 mil roubados. O crime foi tipificado como latrocínio (roubo seguido de morte). 
 
Foram presos Jânio Luiz Vaccari Filho, primo de Marcelo, acusado de tramar o roubo na casa e a morte do procurador; Thiago Alves Miguel, acusado de emprestar um revólver calibre 38, com garantia de que iria ficar com parte do dinheiro; e Geovanilson Tibúrcio de Araújo, conhecido como “Buino Tubarão” que invadiu a casa de Marcelo junto com Jânio.
 
Embora este caso de repercussão tenha sido resolvido pelo titular da DCCV de Linhares, delegado Fabrício Lucindo Lima, outros ainda seguem abertos. 
 
Este foi segundo crime de repercussão em que os corpos são encontrados em Linhares, apesar de as vítimas não serem residentes no município. No caso do procurador de Conceição da Barra, ele sequer estava em trânsito, simplesmente sumiu no município em que residia e foi encontrado dois dias depois em Linhares, cerca de 120 km de distância.
 
Outro caso de repercussão ocorrido com uma pessoa não residente em Linhares, mas que ocorreu no município, foi o assassinato do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes) e diretor do Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, Valdenir José Belinelo. 
 
Belinelo foi morto a facadas na localidade de Rio Quartel, em Linhares, em 21 de março de 2012, quando retornava de Vitória, onde tinha participado de uma reunião. Depois de quase dois anos e meio do crime, nenhuma resposta sobre o inquérito foi dada pela Polícia Civil, mesmo após diversos pedidos de informação. 
 
O caso do professor também é investigado pelo delegado Fabrício Lucindo que, mesmo após quase dois anos e meio depois de ocorrido o crime não fornece qualquer informação sobre as investigações. Belinelo não residia em Linhares, mas em São Mateus, e estava seguindo de Vitória, onde tinha passado por reuniões durante todo o dia, para o município em que morava, mas teria sido vítima de uma emboscada em Aracruz (norte do Estado) e morto em Linhares. 
 
O delegado não passou qualquer informação sobre as investigações da morte de Belinelo, nem na ocasião do crime, nem dois anos e meio depois que ele aconteceu. 
 
Assim como no caso do professor Valdenir Belinelo, em que o deputado do município de São Mateus – Eustáquio de Freitas (PSB) – sequer cobrou explicações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) sobre a morte do diretor do hospital, no caso do procurador Marcelo Vaccari, a Câmara silenciou sobre a morte do servidor. 
 
Inquéritos 
 
O delegado Fabrício Lucindo também foi responsável pelas apurações dos assassinatos de Diones dos Santos, o Porquinho, e do padrasto dele, Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão. 
 
Porquinho foi apontado como o piloto de fuga dos sequestradores do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, que foi assassinado em Conceição da Barra, no norte do Estado, em julho de 2010. Oito dias após o crime, Porquinho foi assassinado em Linhares, mas o crime não foi investigado como queima de arquivo, e sim como guerra de gangues pelo controle do tráfico de drogas.
 
Já Mateusão, padrasto de Porquinho, havia denunciado como mandante do assassinato do sindicalista o prefeito de Conceição da Barra, Jorge Donati (PSDB) e, 23 dias após a denúncia, foi executado, também em Linhares. O executor dele, Vitor Silva Ferreira, o Vitinho, foi preso dias depois do crime e declarou que executou Mateusão por vingança, e assim o crime foi tipificado, também pelo delegado Fabrício Lucindo.

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