Quarta, 24 Abril 2024

Morte de ativista foi 'afogamento acidental', informa Polícia Civil

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A Polícia Civil (PC) informou nesta quinta-feira (5) que o laudo cadavérico da ativista, ambientalista, socióloga e mestra em geografia, Luciana Antonini, apontou óbito por afogamento. "O inquérito foi concluído e não foi identificado o envolvimento de terceiros, configurando morte acidental", concluiu em nota. O corpo de Luciana foi encontrado em 17 de outubro na Praia da Ponta dos Castelhanos, em Anchieta, sul do Estado. A Cáritas Brasileira Regional Espírito Santo, onde Luciana atuou como voluntária, afirmou que irá contatar a Comissão da Promoção da Dignidade da Pessoa Humana (CPDH) e pessoas que acompanhavam a atuação da ativista, para avaliar possíveis encaminhamentos.

A Cáritas, uma organização da Igreja Católica que se dedica a causas humanitárias, chegou a encaminhar junto com a CPDHnessa terça-feira (3), um ofício para o governador Renato Casagrande (PSB), solicitando a investigação do caso, e ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), para acompanhar a investigação. O documento alerta que "a versão de asfixia por afogamento, veiculada pela imprensa, não pode desconsiderar a possibilidade do óbito se configurar crime de mando, com conotação política". As entidades destacam a possibilidade diante da atuação de Luciana Antonini em defesa do meio ambiente.

Apontam, também, que o ocorrido pode ser enquadrado como caso de feminicídio e "cobram uma atitude de investigação isenta e diligente, considerando as circunstâncias que envolvem o óbito da ativista, por afogamento e asfixia, com sinais de violência". Na ocasião da morte de Luciana, Heloísa Dias, do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) e que atua como ponto focal da RBMA no Espírito Santo, também sinalizou para a possibilidade de crime de mando, motivado pela atuação da ativista em defesa do meio ambiente. Luciana também atuou na RBMA.

A morte de Luciana motivou o Ato Contra a Violência às Mulheres, em 22 de outubro, na praça da Vila Samarco, em Anchieta. Um grupo de 50 geógrafos que estudaram com Luciana na Universidade de São Paulo (USP) afirmaram, em nota, que a notícia de seu falecimento "caiu entre os amigos e contemporâneos como uma bomba de efeito lento e devastador".

Além disso, a deputada estadual Janete de Sá (PMN) anunciou na sessão ordinária de 20 de outubro que a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa encaminharia ao governador Renato Casagrande e ao secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, um pedido de "investigação profunda" sobre o assassinato da ativista.

Em mensagem encaminhada para Século Diário poucos dias depois da morte da ativista, o tio de Luciana, Ronaldo Câmara, afirmou que "a morte da sobrinha se deu por afogamento". Ele aponta que "ela foi tomar banho de mar, mas a ressaca jogou seu corpo contra as pedras da calçada, que provavelmente a fez desmaiar e causou o afogamento por asfixia".

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