Sexta, 03 Mai 2024

Ocupação social de Hartung é 'primo' do Estado Presente de Casagrande

Ocupação social de Hartung é 'primo' do Estado Presente de Casagrande
O coordenador da equipe de transição de Paulo Hartung (PMDB), Haroldo Corrêa Rocha, ressalta diariamente na imprensa corporativa o projeto de “ocupação social” pretendido pelo próximo governo. No entanto, o projeto não passa de uma reedição do programa Estado Presente, implementado por Renato Casagrande (PSB), criado ainda no início da gestão do atual governador. Haroldo fala do novo programa como se atual não existisse, como se o novo governo estivesse partindo do zero.
 
Quem, de fato, partiu do zero foi o governador Renato Casagrande (PSB). Antes do Estado Presente não havia nada. O programa surgiu num vácuo de completa falta de investimento em ações sociais e políticas públicas do dos primeiros dois mandatos de Paulo Hartung (PMDB). Ainda que o Estado Presente não tenha resultados expressivos, promoveu algo que inexistia, que é a ocupação de territórios violentos com base multidisciplinaridade, integrando ações nas áreas de segurança pública, saúde, educação, inclusão, cultura e geração de emprego e renda. Nada diferente do que Hartung promete fazer.
 
Apesar dos resultados ainda incipientes, o Estado Presente foi uma tentativa de conjugar ações de diversas áreas com o objetivo de reduzir os índices de violência e promover a cidadania nos territórios. 
 
Já o governador eleito Paulo Hartung, para descolar completamente a imagem do atual governo de Casagrande, surgiu com um “novo” plano para redução de índices de criminalidade, que é a estratégia de unir policiamento preventivo e políticas sociais. Esta já é a premissa do Estado Presente, que criou a Patrulha da Comunidade, de policiamento nos bairros, com caráter de aproximar a polícia da população, além de ações sociais nas comunidades. 
 
A estratégia de criar um programa completamente novo serve para acabar com a ideia de que existiu o programa Estado Presente. Para criar a sensação de que um novo programa que vai reduzir os altos índices de criminalidade juvenil começa no com o novo governo. Hartung bombardeia veículos de imprensa com a ideia de que “ocupação social” é a última palavra em programa preventivo de combate à violência.
 
A equipe de transição também argumenta que tem tido conversas com os idealizadores das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro para implantar algo parecido no Estado, aliado a uma iniciativa de inclusão social. Ou seja, querem deixar claro que toda a concepção do novo programa é "importada" de outros estados. Recado para dizer que nada do que foi feito até agora será aproveitado.
 
Curioso que a mesma ideia de UPP foi rechaçada pela equipe do governo Hartung, ainda em 2009, quando começaram a ser implementadas as unidades no Rio de Janeiro. O então secretario de Estado de Segurança Pública, Rodney Miranda, hoje prefeito de Vila Velha, refutou a instalação de unidades nos moldes das UPPs alegando que o Estado não tinha a mesma realidade do Rio de Janeiro, por isso as unidades não se aplicariam. 
 
No entanto, pouco mais de cinco anos depois, é justamente no Rio de Janeiro que a equipe diz estar buscando inspiração para o novo programa. 
 
As ações preventivas de segurança e o tratamento multidisciplinar da inclusão social são necessários para reduzir os índices de violência, mas recomeçar os programas somente para descolar um governo do outro pode prejudicar ainda mais a população. Quem sofre em territórios violentos não pode se dar ao luxo de esperar a próxima fórmula mágica para acabar coma exclusão e a violência.   
 
   

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