Sábado, 04 Mai 2024

PC alerta sobre os riscos do ácido usado na Delegacia de Furtos

PC alerta sobre os riscos do ácido usado na Delegacia de Furtos
O Departamento de Criminalística da Polícia Civil respondeu ao ofício encaminhado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol) requerendo a Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) do ácido conhecido como De-fry, utilizado pelos policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) para limpar numeração do chassi de veículos.  
 
As informações sobre a composição do ácido foram solicitadas em decorrência da perícia realizada na unidade pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para apurar se os produtos químicos utilizados na unidade poderiam colocar em risco a saúde dos servidores. A perícia comprovou que os policiais utilizam produtos que requerem uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), mas o Estado não fornece os equipamentos.
 
De acordo com as informações do Departamento de Criminalística, o De-fry é composto por ácido clorídrico concentrado, cloreto de cobre II e água. O produto é prejudicial à saúde e deve ser manipulado com o uso de EPI, como máscaras de gases, luvas impermeáveis, óculos ampla visão e protetores faciais, e aventais de PVC ou borracha. 
 
O De-fry pode causar queimaduras severas, em caso de contato com a pele; perda da visão, em caso de contato direto com os olhos; irritação severa das vias respiratórias podendo causar edema pulmonar, se inalado; e queimaduras às mucosas da boca, esôfago e estômago, se ingerido.
 
As informações fornecidas pelo Departamento de Criminalística da Polícia Civil vão ser anexadas ao inquérito que está sendo conduzido pelo MPT. 
 
Segundo o relatório da perícia feita pelo MPT, os vistoriadores de veículos (investigadores e agentes) utilizam diariamente removedor de tinta pastoso, que é inflamável e requer uso de máscara protetora, óculos de segurança e luvas para a manipulação; tíner, que é tóxico e inflamável, e também necessita dos equipamentos de proteção para ser usado; e o de-fry, que, por ser manipulado pelo laboratório da polícia, não apresenta qualquer orientação de uso, nem informação sobre o produto. 
 
A inalação frequente do tíner em concentrações elevadas acima dos níveis permitidos pela legislação pode causar dependência e danos irreversíveis à saúde. 
 
O documento aponta, ainda, que durante a inspeção, os policiais mostraram os braços e mãos com lesões supostamente causadas pelo uso dos produtos. Em um dos casos, o policial informou à perita que está com perda auditiva e que a médica disse que a causa é o uso de produtos químicos. 
 
Os policiais informaram, também, que muitas vezes precisam aquecer a superfície a ser vistoriada para o produto agir, fazendo com que o vapor do produto químico utilizado seja inalado.  

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