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Perícia Criminal do Estado está à beira do colapso

O presidente da Associação dos Peritos Criminais do Estado (APC-ES), Danilo Ribeiro, traçou nesta segunda-feira (4), na Tribuna Popular Assembleia Legislativa, um panorama da perícia no Estado. Segundo ele, a falta de estrutura da Perícia Criminal do Estado acaba por aumentar os índices de impunidade. 

De acordo com Danilo, a perícia é conceitualmente um órgão autônomo, mas no Estado é vinculada à Polícia Civil, por isso está sujeita à dotação orçamentária do órgão. A precariedade da perícia no Estado é reflexo direto da falta de autonomia, já que para a área não são destinados os recursos necessários para manter os serviços satisfatórios, principalmente no interior.  

O perito salientou que, no interior, a perícia é ainda mais precária do que na Grande Vitória. Ele disse que só há três polos de perícia médico-legal no interior e não existe perícia balística em nenhum local do interior. Danilo apontou que, para montar a balística, seriam necessários cerca de R$ 300 mil.    

Ele também ressaltou que existem aproximadamente 4 mil celulares “esquecidos” na Perícia Criminal, que não são periciados por falta de profissionais. Nestes aparelhos há indícios de crimes como pedofilia e fraudes contábeis que, enquanto não são comprovados, ficam impunes. Em todo o Estado há apenas quatro peritos em computação e três em contabilidade.  

Outro fato grave relatado pelo perito é que, atualmente, todas as operações do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc) estão paradas por falta de peritos. Além disso, em 2014, 73% dos laudos da perícia ficaram acumulados e, em 2015, até o momento são 57% dos laudos acumulados.  

A categoria pleiteia orçamento próprio, vinculado diretamente à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e não à Polícia Civil.

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