Quinta, 25 Abril 2024

PM na Ufes, não!' realiza segundo café com debate

PM na Ufes, não!' realiza segundo café com debate

O coletivo “PM na Ufes, não!” realiza mais um café com debate sobre a presença da Polícia Militar nos campi da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Nesta quarta-feira (17), na a partir das 14h, na sede da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), dois convidados falarão sobre Direitos Humanos e Segurança Pública: o policial militar Anderson Duarte, administrador do blog Policial pensador e membro do grupo Policiais antifascismo, no Ceará, e Gilmar Ferreira, militante de Direitos Humanos há mais de 20 anos e ex-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH).



A corporação policial e o sistema prisional, “como age a polícia” e “como funciona o encarceramento e para quem/quê” serão pontos centrais do debate. O objetivo é levantar informações que apoiem a reitoria a rever sua decisão, para que o convênio com a PM, assinado no final de junho, mas ainda não implementado, seja desfeito.



O coletivo "PM na Ufes, não!" foi formado em setembro passado pela Adufes, o CEDH, o Fórum Capixaba de Lutas Sociais, o Círculo Palmarino e o cursinho popular AfirmAção. Desde então, tem feito um levantamento sobre experiências de melhoria da segurança dentro de campi universitários em vários estados, com objetivo de trazer referências para encontrar soluções para a universidade capixaba.



A Universidade Federal da Bahia (UFBA), por exemplo, adotou um plano de segurança sem a presença da PM, que incluem medidas simples, como melhor iluminação pública e aumento da circulação de pessoas dentro do espaço universitário.



O coordenador do Círculo Palmarino, Lula Rocha, diz que o coletivo também pesquisa que medidas administrativas ou judiciais podem ser tomadas para contestar o convênio, visto que o mesmo não foi apreciado pelo Conselho Universitário. Pedidos de informação foram enviados à Reitoria, mas ainda não respondidos.



Em vídeo, Lula diz que o movimento negro e outras organizações que compõem o coletivo estão indignados com a assinatura do convênio por três razões principais: foi uma decisão motivada sobretudo por uma pressão da mídia; foi totalmente autoritária, sem ouvir os segmentos da universidade e a própria sociedade civil; e é uma medida simples para um problema complexo.



“A gente não pode admitir que a universidade, com toda a sua excelência, adote medidas como outros governos, outros gestores, frente a um problema tão sério que é a segurança pública”, critica.



No mais, prossegue o militante, “enquanto movimento negro, pessoas negras, sabemos o quanto a atuação da Polícia Militar historicamente persegue os nossos corpos. A tendência aqui na universidade é que não seja diferente”, contextualiza.



Logo que foi assinado o convênio, diversas entidades repudiaram a decisão, por meio de manifestos e cartas públicas, todas protocoladas na Reitoria da Ufes, sem qualquer retorno. Até mesmo uma marcha de trabalhadores de segurança e vigilância, reunindo dois sindicatos, foi ignorada pela gestão universitária.



“Pedimos que a universidade reveja essa decisão pra que de fato a gente consiga construir uma universidade mais segura, uma sociedade mais segura, mas não com medidas policialescas, autoritárias, sem ouvir as pessoas”, pede Lula Rocha.

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