População poderá participar da construção do Plano de Segurança Urbana de Vitória

A Prefeitura de Vitória iniciou a elaboração do Plano Municipal de Segurança Urbana, que vai estabelecer diretrizes municipais para enfrentamento à violência. A primeira etapa para a criação do plano serão as reuniões públicas com moradores das nove regiões administrativas do município, sendo que a primeira vai ser realizada com os moradores da Região 1, no Centro da Capital. 

 

A elaboração do plano vai ser feita em três etapas: a primeira promove reuniões com os moradores; a segunda, faz o levantamento dos equipamentos de segurança qexistentes; e a terceira, estabele a metodologia de acompanhamento das ações e as metas a serem atingidas.

 

O plano vai ser realizado dentro dos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para o Brasil, que tem como objetivo criar uma ferramenta de gestão local para as diretrizes, ações e metas que possam reduzir e prevenir a violência urbana, garantindo a vida, a liberdade e a integridade dos moradores. 

 

Representantes de movimentos sociais e de associações de moradores começam a alimentar expectativas para as contribuições ao plano. 

 

A coordenadora estadual do Movimento Nacional de População de Rua, Rosângela Cândido do Nascimento, espera que o plano seja construído, de fato, junto com a população, e não imposto. O movimento já fez críticas à atuação Guarda Municipal. “A Guarda está na rua para dar segurança a todos, incluindo para a população de rua. Hoje vemos que ela faz outro papel, o de higienização”, diz ela. 

 

Rosângela salienta que em caso de conflito praticado por popular de rua, ele deve pagar como qualquer outro cidadão, mas não deve ser criminalização pelo simples fato de estar na rua. 

 

Ela também ressalta que o trabalho deve ser feito de maneira intersetorial, com representantes da população, das secretarias de Segurança Urbana, Saúde, Educação e com encaminhamento ao emprego. “Quando começarem os debater estaremos juntos. As coisas só dão certo quando são construídas em conjunto”, lembra ela. 

 

Já o coordenador geral da Associação de Moradores de Jardim da Penha (Amjap), Fabrício Pancotto, ressalta que o bairro tem uma grande demanda por segurança, mas avalia que esta é a função da Polícia Militar. 

 

Da Guarda Municipal, ele conta, espera um caráter mais comunitário da instituição. “Gostaríamos muito do retorno da Guarda às portas das escolas. Sentimos que parte do contingente foi deslocado para o trânsito”, diz ele. 

 

Pancotto acrescenta que existe uma preocupação com a Guarda estar armada e como isso vai refletir para a população, por conta da responsabilidade que é portar arma, o que demanda intenso treinamento. 

 

Pnud

 

A equipe do Pnud ficou em Vitória, na região da Grande São Pedro, por dois anos a partir de 2011. Da experiência criou-se um diagnóstico que colaborou com a implantação de diversos programas de prevenção à violência na região.  

 

Para o Plano de Segurança Urbana vai ser usada a metodologia utilizada pelos técnicos do Pnud. O objetivo é possibilitar o enfrentamento às diversas causas da violência urbana, integrando ações de prevenção com as práticas de patrulhamento interativo e comunitário.