Segunda, 06 Mai 2024

Prestes a completar três anos, assassinato do professor Valdenir Belinelo continua sem solução

Prestes a completar três anos, assassinato do professor Valdenir Belinelo continua sem solução
A Polícia Civil do Estado continua negando informações sobre o inquérito que apura o assassinato do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes) e diretor do Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus (norte do Estado), Valdenir José Belinelo, ocorrido em 21 de março de 2012. 
 
Prestes a completar três anos do assassinato de Belinelo, não há informações sequer do estágio em que se encontra o inquérito, se as investigações estão em curso, ou se já foi relatado, com denúncias. 
 
Nesta terça-feira (6) foi tentado contado com o delegado titular da Delegacia de Crimes contra a Vida (DCCV) de Linhares, no norte do Estado – onde o crime ocorreu – Fabrício Lucindo Lima, presidente do inquérito, mas a informação dada foi que ele estava em reunião em Vitória. 
 
A assessoria de comunicação da Polícia Civil também foi demandada por e-mail, não para obter informações sobre o inquérito, mas para saber em que estágio ele se encontra, e a resposta foi a mesma de outras ocasiões: “A investigação do caso segue sobre segredo de Justiça”. As resposta virou uma desculpa para a polícia negar qualquer informação sobre o caso.
 
Quando foi assassinado, o Belinelo retornava de Vitória, onde tinha participado de reuniões. Todas as informações sobre o crime estão no roteiro percorrido pelo professor no dia do crime. 
 
Belinelo participou durante todo o dia de reuniões com o deputado estadual José Carlos Elias (PTB) e com o então secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho, Jadir José Péla. Com o secretário, a reunião teve o objetivo de debater a aquisição de equipamentos mais modernos para o hospital. Todas as reuniões daquele dia transcorreram sem quaisquer anormalidades.   
 
No fim do dia, o professor decidiu retornar para São Mateus, após fazer um lanche no Shopping Vitória. Apesar de o deputado ter aconselhado o professor a não viajar, ele prosseguiu para o norte do Estado, acompanhado de mais uma pessoa. 
 
Em Aracruz, no norte do Estado, o professor fez uma parada no restaurante Pamonharia da Roça, um movimentado estabelecimento, no que acredita-se tratar de uma emboscada, já que, quilômetros depois, em um local ermo, ele foi assassinato. A lanchonete, muito conhecida pelas pessoas que trafegam pela BR-101 norte. 
 
As imagens do circuito de videomonitoramento tanto do Shopping Vitória quanto da Pamonharia da Roça foram recolhidas pela Polícia Civil. 
 
Do inquérito policial, no entanto, nada se conhece, já que a Polícia Civil não fornece qualquer informação sobre o andamento das investigações. 
 
Inicialmente, duas linhas de investigação foram vislumbradas: crime passional e de mando. Havia informações de que o professor estaria investigando irregularidades no hospital referentes a contratos de fornecimento de medicamentos e, inclusive, já teria suspendido alguns desses contratos. Depois dessas informações iniciais, não foi fornecida mais nenhuma pelo Fabrício Lucindo.
 
Em entrevista ao Jornal Capixaba, da TV Capixaba, em 22 de março de 2012 (um dia após o crime), o delegado Danilo Bahiense, na época superintendente de Policia do Interior, declarou que as imagens captadas seriam importantes para saber se a vítima estava só, se estava acompanhada, ou se havia sido seguida por alguém. O delegado também disse que Belinelo estava recebendo ameaças em São Mateus por haver descoberto uma fraude na área de saúde. Bahiense salientou, no entanto, que nenhuma linha de investigação estava descartada.  
 
As informações que correm em São Mateus dão conta que esses contratos pertenciam ao deputado estadual Eustáquio de Freitas (PSB), que é ligado ao setor farmacêutico, e que Belinelo, ao assumir a direção do hospital, teria posto fim à interferência de Freitas na instituição. As indicações dos diretores do Roberto Silvares, antes de Belinelo, sempre passaram pelo crivo do deputado. Freitas teria solicitado à atual diretora do Hospital Roberto Silvares declaração que ateste que ele nunca negociou com o estabelecimento.  
 
O que causa estranheza e alimenta os boatos é justamente a atitude da Polícia Civil de não revelar qualquer andamento do processo e delongar por mais de dois anos as investigações.

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