Terça, 07 Mai 2024

Procurador de Conceição da Barra foi executado, confirma polícia

Procurador de Conceição da Barra foi executado, confirma polícia
As características do assassinato do procurador da Câmara de Conceição da Barra, no norte do Estado, Marcelo Vaccari Quartezani, apontam para um crime de mando, por conta da violência empregada no crime. O procurador desapareceu na última quinta-feira (24) e foi encontrado morto no sábado (26) com dois tiros na cabeça. A única informação oficial que a Polícia Civil divulgou é que a morte se trata de uma execução, mas ainda não foi divulgada qual será a linha de investigação adotada. 
 
O carro do procurador foi encontrado queimado na localidade de Humaitá, em Linhares, no norte do Estado, na sexta-feira (25), mas, depois de varreduras na região o corpo não foi localizado. Somente no sábado, depois de mais buscas no município, o corpo foi encontrado na localidade de Jataipeba com as mãos amarradas para trás e com dois tiros na cabeça. 
 
O crime chocou os moradores de Conceição da Barra, já que Marcelo era considerado uma pessoa séria, honesta e trabalhadora. Segundo informações de moradores do município, quem conhecia o procurador não sabe o que poderia ter levado ao assassinato, já que ele não tinha dívidas nem inimizades. 
 
As investigações do caso estão a cargo do delegado titular da Delegacia de Crimes contra a Vida de Linhares, Fabrício Lucindo Lima. 
 
O delegado que apura a morte de Marcelo Vaccari é o mesmo responsável pela apuração da morte do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes), Valdenir José Belinelo – que estava cedido para o Estado como diretor do Hospital Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, na região norte. 
 
Belinelo foi morto a facadas na localidade de Rio Quartel, em Linhares, em 21 de março de 2012, quando retornava de Vitória, onde tinha participado de uma reunião. Depois de quase dois anos e meio do crime, nenhuma resposta sobre o inquérito foi dada pela Polícia Civil, mesmo após diversos pedidos de informação. 
 
Durante a apuração, à reportagem foi informado um suposto número de processo para consulta – apontando para a possibilidade de haver ação aberta para o caso – mas o número fornecido não corresponde a nenhum processo em tramitação da Justiça do Estado.  
 
Antecedentes do crime
 
As informações sobre a morte do professor estão no roteiro percorrido por ele no dia do crime. Durante todo o dia, Belinelo esteve em Vitória, onde passou por reuniões com o deputado estadual José Carlos Elias (PTB) e com o secretário de Estado de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho, Jadir José Péla. Com o secretário, a reunião teve o objetivo de debater a aquisição de equipamentos mais modernos para o hospital. Todas as reuniões daquele dia transcorreram sem quaisquer anormalidades. 
 
Após a reunião, o professor informou ao deputado que iria ao Shopping Vitória fazer um lanche e depois seguiria para São Mateus. Elias ainda tentou demover o professor da ideia de voltar ao norte do Estado, por conta do horário e porque ele havia tido um dia atribulado em Vitória. Ainda assim, Belinelo insistiu no retorno. 
 
Toda a passagem do professor pela Assembleia e pelo shopping foi captada pelos circuitos de videomonitoramento dos locais, cujas imagens foram recolhidas para análise pelo superintendente de Polícia do Interior, sobre chefia do delegado Danilo Bahiense. 
 
Já na estrada, o professor – que estaria com outro passageiro no carro – fez uma parada no restaurante Pamonhaia da Roça, mm movimentado estabelecimento no município de Aracruz (norte do Estado), no que acredita-se tratar de uma emboscada, já que, quilômetros depois, em um local ermo, ele foi assassinato. A lanchonete, muito conhecida pelas pessoas que trafegam pela BR-101 norte, também tem circuito de videomonitoramento e as imagens foram recolhidas.
 
No entanto, do inquérito nada se conhece, já que nenhuma informação foi fornecida desde que o crime ocorreu.       
 
Inquéritos 
 
O delegado Fabrício Lucindo também foi responsável pelas apurações dos assassinatos de Diones dos Santos, o Porquinho, e do padrasto dele, Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão. 
 
Porquinho foi apontado como o piloto de fuga dos sequestradores do sindicalista Edson José dos Santos Barcellos, que foi assassinado em Conceição da Barra, no norte do Estado, em julho de 2010. Oito dias após o crime, Porquinho foi assassinado em Linhares, mas o crime não foi investigado como queima de arquivo, e sim como guerra de gangues pelo controle do tráfico de drogas.
 
Já Mateusão, padrasto de Porquinho, havia denunciado como mandante do assassinato do sindicalista o prefeito de Conceição da Barra, Jorge Donati (PSDB) e, 23 dias após a denúncia, foi executado, também em Linhares. O executor dele, Vitor Silva Ferreira, o Vitinho, foi preso dias depois do crime e declarou que executou Mateusão por vingança, e assim o crime foi tipificado, também pelo delegado Fabrício Lucindo.

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