Peritos reafirmam luta por valorização salarial em ofício encaminhado ao governo

O Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos) encaminhou, nessa quarta-feira (5), um ofício para a assessora especial de Relações Sindicais da Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger), Bárbara Carneiro, no qual defende que a proposta de 10% de reajuste, feita pela gestão de Renato Casagrande (PSB), “ainda se encontra muito distante do compromisso firmado pelo governador de aplicação da média salarial nacional para os peritos capixabas”.
O percentual, afirma a entidade, mantém os peritos na última colocação salarial do País, “algo indigno para uma categoria tão relevante para a elucidação dos crimes, para a promoção de justiça e para os interesses da sociedade”. Os trabalhadores, no entanto, não abrem mão do reajuste, mas apontam que “continuarão lutando para atingir o objetivo salarial minimamente justo para uma categoria que é auxiliar direta da Justiça, que dirige órgão policial específico da Segurança Pública, que é gestora da Polícia Científica e que deve possuir salário equilibrado com os dirigentes das demais forças policiais”, diz o ofício.
O documento destaca a reivindicação da categoria, aprovada em assembleia, de que o reajuste seja retroativo a janeiro deste ano. Há, ainda, outras demandas, que dizem respeito às progressões vertical e horizontal. O presidente do Sindiperitos, Tadeu Nicoletti, explica que, na vertical, são quatro categorias. Na horizontal, 15. No documento, os trabalhadores reivindicam que os peritos oficiais criminais e peritos médicos legistas sejam promovidos em uma categoria vertical, considerando a data de ingresso no cargo, assim como foi feito com os policiais penais.
Essa promoção, afirma Tadeu, traria um acréscimo salarial de cerca de R$ 700,00. Além disso, de acordo com a proposta da categoria, os peritos em estágio probatório seriam promovidos para a segunda categoria verticalmente no mês subsequente ao término do estágio probatório. Aos que não forem promovidos verticalmente, já que há aqueles que já chegaram no topo neste nível, a reivindicação é de que haja uma progressão horizontal, colocando-os sete referências à direita da tabela salarial da categoria.
A progressão das sete referências, informa Tadeu, traria um aumento salarial de cerca de R$ 800,00. Ela valeria também para os peritos que se encontram na primeira categoria aptos para ser promovidos até o final deste ano, assim como os de segunda categoria que se encontram na mesma condição. Por fim, os peritos defendem que “qualquer aumento concedido a outras categorias da segurança cujo percentual ultrapasse o que foi ofertado aos peritos, o governo se comprometa a aplicá-lo também aos peritos oficiais”.
Em defesa da valorização salarial, os peritos iniciaram, em outubro, a “Operação Compromisso Zero”, que remete ao que apontam como falta de compromisso da gestão estadual com a categoria. Com a decisão, os trabalhadores, desde então, não realizam atividades extras, que extrapolem a jornada de trabalho, como os mutirões para tirar Carteira de Identidade. A iniciativa é também uma forma de reivindicar respostas da gestão de Renato Casagrande quanto ao estatuto da categoria.

