Categoria participou de reunião após marcha que saiu da Assembleia Legislativa
A Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger) se comprometeu a estabelecer, até esta sexta-feira (14), uma data para a reabertura da mesa de negociação com os policiais civis. O compromisso foi assumido em uma reunião realizada na manhã desta segunda-feira (10), quando o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol/ES) dialogou com a assessora especial para Relações Sindicais da pasta, Bárbara Carneiro.

O encontro se deu após uma manifestação da categoria, que saiu em marcha da Assembleia Legislativa rumo à Seger, na Avenida Vitória, depois de uma assembleia realizada na Casa de Leis. Os policiais civis reivindicam a implementação da Lei nº 14.735/2023, a Lei Orgânica Nacional da categoria, aprovada em 2023. Uma das mudanças implementadas no Espírito Santo foi a unificação dos cargos de agente, investigadores e escrivães, criando, então, o de oficial investigador de Polícia, o que deu mais autonomia e outras atribuições, como a de gestão, como aponta o presidente do Sindipol, Aloísio Ernesto Fajarbo. Contudo, a tabela de subsídios não foi atualizada. O pleito é por um reajuste de 15%.
Aloísio avalia o movimento como positivo, uma vez que participaram da assembleia mais de 600 pessoas. A categoria, de acordo com ele, deliberou pela realização de assembleias regionais, como nas cidades de Cachoeiro de Itapemirim, no sul, Linhares e Colatina, no norte e noroeste, e nos teleflagrantes, espaços que, aponta o presidente do Sindipol, estão com carência de profissionais, como delegados. As assembleias serão realizadas na próxima semana, mas a agenda ainda será definida.
Além disso, será realizada uma reunião entre o Sindipol e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União), na próxima segunda-feira (17). “Esperamos que como presidente da Casa de Leis, ele assuma o papel de interlocutor para pressionar o Governo do Estado”, diz o diretor de Relações Institucionais do Sindipol, Humberto Mileip. O presidente da Comissão de Segurança da Assembleia, Danilo Bahiense (PL), afirmou, durante a sessão desta segunda-feira, que vai pedir atenção do governador Renato Casagrande (PSB) e do vice, Ricardo Ferraço (MDB), para o pleito dos policiais civis.

A abertura da negociação com a gestão estadual começou em 30 de setembro, em uma reunião com o secretário estadual de Gestão e Recursos Humanos, Marcelo Calmon, e Bárbara Caniçali, que se comprometeram a analisar a demanda, mas não houve resposta.
De lá pra cá, informa Humberto, foram feitas outras duas reuniões com representantes da gestão de Renato Casagrande (PSB). Uma foi com o secretário estadual se Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, que se comprometeu a intervir na gestão estadual. A outra, recente, foi com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), que disse ter tomado ciência da demanda naquele momento e falou que iria interceder junto à Seger e à Casa Civil.
Na última quinta-feira (5), o sindicato se reuniu com a Casa Civil, que também afirmou saber da demanda durante a reunião e se comprometeu a dar uma resposta para a categoria até o final de novembro, prazo considerado muito distante pelos trabalhadores. “Em setembro a Seger falou que iria conversar com todos atores desse processo. Um deles é a Casa Civil. Se eles só ficaram sabendo das reivindicações quando nos reunimos, é mais um sinal de desrespeito e descaso com as nossas demandas”, lamenta Humberto.

