Sociedade volta a cobrar medidas de combate à violência após crimes de repercussão
A sociedade capixaba foi surpreendida neste domingo (2) com a morte do empresário Ademar Cunha, que foi vítima de um assalto seguido de morte (latrocínio). A morte de Ademar, que era um expoente no esporte do Estado, causou muito mais que revolta, mas também cobrança de medidas por parte do poder público para combater a violência.
A coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra (CDDH-Serra), Marta Falqueto, diz que a violência é vista nos diferentes setores da sociedade de maneira diferente. Ela afirma que enquanto a violência atinge a população que está marginalizada, é ignorada, mas se ela atinge uma pessoa que tem mais visibilidade ou proximidade com a parcela dominante da população a sociedade cobra o aumento nas penas dos infratores. “A discussão deve ser sobre como vamos tratar a violência para que ela não comece”, pondera.
A militante lembra que ao mesmo tempo em que o Estado é uma das maiores rendas per capita do País, a saúde e a educação têm os menores índices e as políticas públicas de garantia da dignidade estão aquém do necessário. Ela ressalta que o Estado tem a atribuído à droga o aumento da violência, mas esse não é o único fator que leva ao aumento dos índices. “A droga tem parcela de responsabilidade nesse aumento, mas também passamos por um longo período em que a segurança pública foi deixada de lado”.
Marta também destaca que a intolerância e a falta de perspectivas também contribuem para o aumento da violência e precisam ser combatidas com políticas públicas.
Ela ressalta a importância da intersetorialidade na construção das políticas públicas, além do fortalecimento de projetos de participação cidadã na construção de políticas públicas. A militante afirma que ainda falta ouvir a sociedade e respeitar as diferenças de cada região que devem ser tratadas individualmente, mas integradas com o universo de ações. Marta questiona ainda a falta de organização popular para encontrar saídas não violentas para a falta de perspectiva e para a construção de políticas públicas de promoção da dignidade da população.
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