Domingo, 19 Mai 2024

Taxa de homicídios em 2013 pode ser superior à registrada no ano passado

Taxa de homicídios em 2013 pode ser superior à registrada no ano passado

O fim do primeiro quadrimestre de 2013 mostra que o desafio de reduzir os índices de violência e consequentemente o de homicídios está longe de ser superado. Apesar de o governador Renato Casagrande (PSB) ter pautado a prestação de contas do mandato, realizada nesta terça-feira (30) na Assembleia Legislativa, nos investimentos para combater a violência no Estado, os números mostram que a realidade da sensação de segurança ainda é distante para quem vive no Espírito Santo. 

 
Até esta segunda-feira (29), de acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), já haviam sido registradas 568 mortes violentas. Por esse número, a taxa projetada de homicídios em 2013 pode ser de 49,5 mortes por grupo de 100 mil habitantes, mais de dois pontos superior à registrada em 2012, que ficou em 47,2. 
 
Durante a prestação de contas, Casagrande disse que a taxa de homicídios em 2012 foi a menor já registrada desde 2007 e salientou os R$ 140 milhões em investimentos feitos no Programa Estado Presente. Ele também ressaltou que, apesar da relativa queda no número de homicídios, os índices ainda são inaceitáveis e não permitem comemoração. 
 
O coordenador do Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), Luiz Inácio Silva da Rocha, já havia dito recentemente a Século Diário, que observa que há uma disparidade entre os investimentos no que o governo chama de repressão qualificada (armamento, munição, frotas e viaturas) e as ações sociais.
 
O governador falou também dos investimentos na área social nos aglomerados atendidos pelo Estado Presente, nos 8 mil jovens atendidos pelo programa, mas também frisou os investimentos em repressão, as 900 viaturas com computadores de bordo adquiridas pelo governo, as bicicletas usadas no policiamento, a construção das unidades integradas de polícia e o fortalecimento da inteligência. 
 
Neste ponto, o governador admitiu a necessidade de recomposição nos quadros das polícias Civil e Militar, que tiveram o investimento em efetivo reprimido durante todo o governo Paulo Hartung (PMDB), entre os anos de 2003 e 2010. O único investimento em recomposição foi feito nos últimos meses de mandato, através de um concurso público para cargos na Polícia Civil. 
 
Casagrande lembrou que nos dois anos de mandato o governo já iniciou a incorporação de quase dois mil policiais civis, militares e bombeiros. O número, no entanto, ainda deve ser insuficiente para suprir a carência nas polícias, gerada por quase uma década de falta de investimentos.
 
Enquanto os investimentos no Estado Presente não são consolidados, o número de mortes violentas se mantém alto, subindo em alguns municípios capixabas. Vitória, contrariando a tendência de queda de 2012, fechou o primeiro quadrimestre do ano com mais homicídios do que no mesmo período do ano passado. Até esta segunda foram 43 homicídios na Capital, contra 35 em 2012. 
 
Considerando o número de mortes no primeiro quadrimestre, a taxa projetada de mortes violentas em Vitória pode ficar em 40,2 mortes por 100 mil em 2013. A Serra, com apenas quatro mortes de diferença em 2013 em relação a 2012 – foram 129 mortes até segunda-feira – tem taxa projetada para este ano de 96,6 homicídios por 100 mil. É importante frisar que a taxa de 50 mortes violentas por 100 mil já é considerada de guerra civil pela Organização das Nações Unidas (ONU). 
 
A ONU também considera taxas de mortes acima de 10 por 100 mil violência epidêmica. O Estado, no entanto, ostenta taxas que suplantam em muitos pontos esta taxa, não só dentre os municípios da Grande Vitória, mas também do interior.
 
Os números impressionam. Linhares, na região norte, pode fechar 2013 com taxa de 78 mortes por 100 mil e teve aumento de cerca de 30% no número de homicídios entre janeiro e abril em relação ao mesmo período de 20102. 
 
São Mateus, também no norte do Estado, a taxa projetada de homicídios para 2013 é de 78,6 por 100 mil. Os dois municípios têm histórico de altas taxas de homicídios e nos dois casos, o índice aumenta a cada ano. 

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