Casagrande sinaliza não dar reajuste e trabalhadores convocam assembleias
O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol/ES) foi informado, nesta quarta-feira (19), que a gestão do governador Renato Casagrande (PSB) não pretende conceder o reajuste de 18% pleiteado, atualizando a tabela de subsídios do oficial investigador de Polícia. A informação foi repassada à entidade pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos). A categoria, para pressionar, dará início na próxima semana a assembleias. “Vamos começar a engrossar o caldo”, garante o diretor de Relações Institucionais da entidade, Humberto Mileip.

Nessa segunda-feira (17), a categoria se reuniu com o parlamentar, que se comprometeu a dialogar com o governador. A reunião foi marcada após manifestação dos trabalhadores, realizada no último dia 10, quando a Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger) também assumiu um compromisso: o de estabelecer data para reabertura da mesa de negociação até 14 de novembro, o que não aconteceu.
O reajuste reivindicado vai ao encontro da implementação da Lei nº 14.735/2023, a Lei Orgânica Nacional da categoria, aprovada em 2023. Uma das mudanças registradas no Espírito Santo foi a unificação dos cargos de agente, investigadores e escrivães, criando, então, o de oficial investigador de Polícia, o que deu mais autonomia e outras atribuições, como a de gestão, conforme aponta o presidente do Sindipol, Aloísio Ernesto Fajarbo.
Humberto informa que na próxima semana acontecerão duas assembleias. Uma será na Feira internacional do Café, que acontece de 27 a 29 de novembro, em Jaguaré, noroeste do Espírito Santo. O sindicato vai se informar sobre o dia no qual o governador estará presente para confirmar a data com a categoria. A outra assembleia será no dia 30, nas proximidades do Encontro de Filiados do PSB, que será na Praia do Canto, em Vitória.
“Enquanto não houver negociação, toda semana terá ato. Provavelmente mais de um por semana. O governador e o vice-governador, Ricardo Ferraço [MDB], estão em campanha. Vamos estar onde eles estiverem”, promete Humberto, que considera a resposta dada pelo governador por meio do presidente da Assembleia Legislativa um “desrespeito”. “Deveríamos ter reconhecimento por parte de um Estado que elaborou uma lei que modernizou o cargo. Estão desrespeitando um cargo que teve aumento de atribuição”, lamenta.
Humberto recorda que, com a aprovação da lei, a gestão estadual se comprometeu a dialogar com a categoria no início deste ano, mas isso não aconteceu. “A gente não entende o porquê dessa postura”, diz. O dirigente sindical rememora, ainda, que o Governo do Estado fez reajustes salariais para outros servidores, como policiais penais, professores, delegados e auditores fiscais. “São reajustes merecidos, mas porque essa discriminação com a gente, que teve ampliação de atribuição no cargo?”, questiona.

