Sexta, 19 Abril 2024

Vitória apresenta queda de homicídios, mas Região Metropolitana continua violenta

A prefeitura de Vitória divulgou nesta quinta-feira (27) o balanço parcial dos homicídios registrados entre 2006 e 2012. O levantamento, feito com dados da Gerência de Estatística e Análise Criminal do governo do Estado (GEAC), em parceria com as secretarias municipais de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid), por meio da Gerência do Observatório de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, e de Segurança Urbana (Semsu), mostra queda de 44,5% no número de homicídios na Capital em seis anos.

 
Os números, no entanto, não contextualizam a realidade da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), que enfrenta uma explosão de homicídios, principalmente nos municípios de Serra,Cariacica e Vila Velha.
 
 
A Capital registrou até o dia 19 de dezembro 105 homicídios, o que deixa Vitória com taxa projetada de homicídios para 2012 de 33 mortes por grupo de 100 mil habitantes. 
 
A queda no número absoluto de homicídios usado no recorte feito mostra que houve uma constância na queda, demonstrando a consolidação dessa redução na Capital. O mesmo não se pode dizer dos municípios vizinhos de Vitória, que continuam com índices de guerra civil. 
 
Segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), no mesmo período de 2012, Vila Velha registrou 208 homicídios, contra 189 em 2011; Cariacica registrou 280 em 2012 contra 260 em 2011. A Serra foi o único que registrou queda no período, com 323 mortes violentas em 2012 contra 363 em 2011. 
 
A redução acentuada e constante no número de homicídios em Vitória também é um sintoma de onde o aparelho repressor do Estado e também o de defesa social é mais presente, em uma estratégia de segurança mais política do que de diagnóstico técnico. Por ser a Capital, a sensação de segurança precisa ser mais alta, já que é a vitrine do Estado para o País. 
 
Para que as altas taxas de homicídios sejam acentuadas em todo o Estado, a ocupação do aparato do Estado deve ser multidisciplinar e generalizada. A concentração em determinada localidade acaba por desguarnecer outras. 
 
As altas taxas de homicídios no Estado acabaram por manter a queda da região Sudeste menos acentuada. De acordo com estudos do Núcleo de Estudos da Violência (Nevi) da Universidade de São Paulo (USP), o Sudeste teve queda de 4% na media de homicídios entre 2000 e 2009, puxada por Rio de Janeiro e São Paulo, sem interferência de Minas Gerais. O Espírito Santo não acompanhou a queda dos outros Estados e se manteve na segunda posição no ranking nacional de homicídios no período. 
 
Em 2000, os Estados mais violentos eram, em ordem, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Quase uma década depois, o primeiro Estado mais violento passou a ser Alagoas, o Espírito Santo se manteve na segunda posição e foi seguido por Pernambuco. 

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