Na assembleia, os servidores deliberaram pela realização de “apagões” todos os meses, sempre no último dia útil do mês, data estabelecida em lei como limite para o governo pagar os salários. Os protestos dos servidores devem ser intensificados caso o governo continue negando as pautas das categorias.
A adesão ao “apagão” desta quarta-feira foi considerada expressiva, já que servidores de quase todos os órgãos e autarquias paralisaram as atividades para participarem das assembleias.
Foram registradas paralisações em unidades de todo o Estado, como o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES); Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (IPAJM); Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado (Iases); Instituto de Obras Públicas do Estado (Iopes); e Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).
Os servidores da Saúde também realizaram assembleias no Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, em Vila Velha; no Hospital Dório Silva, na Serra; no Hospital Geral de Linhares (HGL), no norte do Estado; no CRE de São Mateus, na região norte; e no hospital de Pinheiros, também no norte do Estado.
Os servidores pleiteiam a revisão anual dos vencimentos – direito garantido na Constituição Federal e ignorado pelo governador Paulo Hartung – e o auxílio alimentação. Os servidores estão no segundo ano sem concessão da revisão, acumulando cerca de 20% de perdas salariais.
Além disso, os cortes lineares de despesas se refletem no fechamento de leitos hospitalares, no sucateamento de escolas, no racionamento de combustível para viaturas e na redução do investimento na agricultura.
No entanto, ao mesmo tempo em que realiza os cortes, o governo estadual continua a oferecer benefícios fiscais ao empresariado com renúncia de impostos, além exercer uma política fiscal que facilita a sonegação, com falta de pessoal e de estrutura na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
Os servidores também questionam o fato de o governo investir grandes quantias em propaganda nos veículos da mídia corporativa, ignorando o que determina a legislação que regulamenta a publicidade legal.

