Sexta, 19 Abril 2024

Delegados ameaçam pôr cargos à disposição caso governo não apresente proposta

O primeiro dia de mobilização de 48 horas dos delegados de Polícia Civil do Estado transcorreu em clima tranquilo. Assim como havia sido programado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindelpo), os plantões das delegacias foram mantidos, permanecendo fechadas as Delegacias Especializadas e paralisadas as investigações em curso.
 
De acordo com o presidente do Sindelpo, delegado Rodolfo Laterza, a paralisação se fez necessária porque o governo não atendeu às reivindicações da categoria, que tem a pior remuneração dentre os delegados de todo o País. Ele acrescentou que a mobilização nesta quinta-feira (20) foi mantida, desta vez na Chefatura de Polícia, na Reta da Penha, em Vitória. 
 
O presidente do Sindelpo também disse que na tarde desta quarta-feira os delegados presentes na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deliberaram por deixar o cargo à disposição caso o governo não sinalize com propostas concretas para a categoria até o dia 28 de março. 
 
A categoria vem se manifestando pelo reajuste na remuneração, que é a pior do País, sendo o salário inicial do delegado de R$ 8.402,29. Até janeiro deste ano a remuneração era a segunda pior do País, mas os delegados da Paraíba, que tinham a remuneração mais baixa, receberam reajuste que superou o salário dos profissionais do Espírito Santo.
 
Serviços vão parar
 
O comitê de greve está orientando a categoria sobre os procedimentos que devem ser seguidos durante a paralisação.
 
Veja abaixo as orientações transmitidas aos delegados pelo comitê de greve: 
 
1. Seja no interior ou na Grande Vitória, especializadas ou não, encerrem toda e qualquer atividade do expediente. A delegacia deverá funcionar, até porque a greve é apenas dos Delegados, mas somente para resolver problemas internos e a título de orientações e direcionamento das demandas externas ao plantão mais próximo.
 
2. Não deverão ser realizadas oitivas, não deverão ser protocolados ofícios e expedientes, não deverão ser confeccionados boletins de ocorrências, enfim, todo procedimento que seja originado de movimentação do exterior da unidade não deverá ser realizado, pois, no fim, todos precisam da análise da Autoridade Policial ou seu acompanhamento.
 
3. Nada obsta que os policiais trabalhem internamente, por exemplo, adiantando um relatório de investigação ou organizando procedimentos da delegacia, até porque frisa-se, a greve é apenas dos delegados.
 
4. As demanda ainda que urgentes não deverão ser recebidas pela unidade. No caso de flagrante delito, por exemplo, os policiais condutores deverão fazer contato com o CIODES a fim de direcioná-los ao Plantão adequado.
 
5. É necessário afixar avisos simples pelas unidades (já encaminhado em email aos colegas), comunicar o MP e o Judiciário sobre a paralisação de 2 dias e determinar os policiais de cada unidade de acordo com essas orientações.
 
Insatisfação
 
Há, pelo menos, dois meses os delegados cobram do governo do Estado uma posição a respeito da remuneração praticada no Estado. A categoria não recebe reajuste desde 2006. 
 
Em 24 de fevereiro, os delegados realizaram um protesto na forma de debate com a presença de representantes da categoria de São Paulo e Minas Gerais. No mesmo dia, em sessão na Assembleia Legislativa, o deputado Gilsinho Lopes (PR) disse que as demandas da categoria já haviam sido levadas ao governador Renato Casagrande (PSB), que disse não poder conceder reajuste para este ano.
 
Na Casa, o diretor da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil, George Melão, lembrou que os delegados capixabas não recebem reajuste desde 2006. “Dá uma tristeza muito grande saber que um profissional como esse, responsável em combater a violência e promover a paz em todo o Estado, está sendo tão desvalorizado”, disse o diretor na ocasião.

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